China recupera rebanho de porcos e quem comemora é M. Dias Branco e JBS
A China está bem perto de recuperar seu rebanho de porcos aos níveis anteriores à peste suína africana (ASF, na sigla em inglês), conforme indica reportagem publicada pelo Financial Times.
E duas ações do agronegócio brasileiro têm muito a ganhar com a carga total dos chineses, segundo a Ágora Investimentos.
A China anunciou que seu rebanho suíno cresceu 23% na comparação anual em maio e que seu rebanho de porcas atingiu em maio 98,4% dos estoques no final de 2017, ante 97,6% em abril.
As preocupações crescentes de que o mercado local de carne suína está ficando inundado levaram a uma queda de mais de 30% nos contratos futuros de suínos negociados em Dalian, o que permite aos investidores apostar na direção futura dos preços, desde o lançamento em janeiro, segundo o jornal britânico.
De acordo com o relatório ao qual o Money Times teve acesso, o país asiático parece estar a cerca de 2 meses de recuperar seu rebanho de porcas para os níveis do final do ano de 2017, o que, na opinião da Ágora, indicaria que a China se recuperou totalmente da doença.
“Com a queda dos preços da carne suína, acreditamos que há um risco de o país se estabilizar ou mesmo cortar seu rebanho suíno no segundo semestre e em 2022 para evitar maior deterioração da lucratividade dos produtores de suínos — uma queda adicional nos preços da carne“, explicam os analistas Leandro Fontanesi e José Cataldo, que assinam o relatório.
Como ações agro brasileiras saem ganhando?
O cenário de carga total do rebanho suíno chinês corrobora com a visão de queda nos preços dos grãos já a partir de julho e em 2022, segundo os analistas, uma vez que a recuperação do rebanho (que aumentou as importações de grãos do país devido à maior necessidade de alimentação dos animais) tem sido um dos principais impulsionadores da alta preços dos grãos no ano passado e agora.
Em meio à tal dinâmica, a principal escolha no setor atende por M. Dias Branco (MDIA3), já que preços mais baixos de grãos poderiam reduzir seus custos de trigo — que representa cerca de 45% dos custos totais da companhia.
Outros nomes que geralmente se beneficiam dos preços mais baixos dos grãos são BRF (BRFS3), mas quem merece realmente atenção é a JBS (JBSS3), segundo a Ágora, apesar da queda nos preços da carne suína pode aumentar as preocupações de que a China possa reduzir as importações de carne.
Veja a seguir as recomendações da Ágora Investimentos no agronegócio:
Empresa | Código | Recomendação | Preço-alvo (R$) |
---|---|---|---|
BRF | BRFS3 | Neutra | 32 |
JBS | JBSS3 | Compra | 38 |
M. Dias Branco | MDIA3 | Compra | 34 |