Internacional

China promete revidar restrições de países para conter Covid

03 jan 2023, 12:36 - atualizado em 03 jan 2023, 12:36
China Covid-19
“Acreditamos que as restrições de entrada de alguns países visando apenas a China carecem de base científica e algumas medidas excessivas são inaceitáveis”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Mao Ning (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

A China disse que reagiria aos países que impuseram restrições para conter a Covid a seus viajantes por “objetivos políticos”, mostrando que o coronavírus continua sendo um assunto politicamente delicado em Pequim, mesmo após a retirada das restrições.

“Acreditamos que as restrições de entrada de alguns países visando apenas a China carecem de base científica e algumas medidas excessivas são inaceitáveis”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Mao Ning na terça-feira.

“Nos opomos firmemente às tentativas de manipular as medidas de prevenção e controle da Covid para atingir objetivos políticos, e a China tomará as medidas correspondentes com base no princípio da reciprocidade em diferentes situações”, disse ela, sem citar nenhum país individualmente. Ela acrescentou que a China está pronta para “fortalecer a comunicação com a comunidade internacional e trabalhar em conjunto para derrotar a Covid”.

Estados Unidos, Japão e alguns outros países estão exigindo que viajantes da China apresentem um teste negativo antes de permitir a entrada, e Taiwan disse que colocará em quarentena os casos positivos. As medidas ocorrem quando a China abandona sua estrita estratégia de Covid Zero após quase três anos – que tornou muito difícil a entrada no país asiático porque exigia que todas as pessoas que chegassem se isolassem por dias em hotéis ou acampamentos.

Uma onda de casos, combinado com a falta de informações do governo chinês sobre quantas pessoas estão doentes ou morrendo, levantou preocupações sobre a possibilidade de surgimento de novas cepas do vírus.

A Itália disse que começaria a testar todas as pessoas vindas da China depois que quase metade dos passageiros em dois voos recentes para Milão estava com o vírus. A nação europeia disse mais tarde não ter encontrado qualquer nova mutação relacionada à Covid-19 entre os recém-chegados da China que testaram positivo.

A Covid tem sido um tópico politicamente delicado na China desde que apareceu pela primeira vez no país, há cerca de três anos. O ex-presidente Donald Trump irritou Pequim ao se referir repetidamente ao “vírus da China”. Em abril de 2020, o ex-primeiro-ministro australiano Scott Morrison incomodou o país ao pedir uma investigação internacional sobre as origens da Covid. Posteriormente, Pequim impôs sanções comerciais a várias exportações australianas, incluindo vinho, cevada e carne.