Mercados

China promete estímulos econômicos e anima o mercado; o que esperar da gigante asiática

31 jul 2024, 12:45 - atualizado em 31 jul 2024, 12:45
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Os dados econômicos vêm apontando para uma desaceleração da China, o que preocupa o mercado. (Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

Ontem, acabou a reunião do Politburo — o comitê central do partido comunista — na China e o mercado reagiu bem à promessa de estímulos econômicos e para impulsionar o consumo na região. As bolsas chinesas subiram mais de 2% nesta quarta-feira (31), lideradas pelos setores de consumo e tecnologia.

O governo chinês prometeu fazer “ajustes anticíclicos” durante o restante de 2024 para atingir uma meta de crescimento econômico de aproximadamente 5% para o ano — sem especificar quais seriam essas medidas.

Ao invés de se voltar para projetos de infraestrutura, desta vez, a China parece estar interessada em direcionar aos consumidores para expandir a demanda interna. Segundo o Politburo, as medidas devem aumentar a renda da população e a “capacidade e disposição” dos grupos de baixa e média renda para gastar.

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Apesar das promessas do governo chinês, Richard Tang, analista de ações na Ásia da Julius Baer, afirma que a reunião do Politburo não trouxe grandes surpresas, sendo que as conclusões do encontro estão amplamente alinhadas com as expectativas do mercado.

“A autoridade reconheceu que a demanda doméstica está fraca, mas continua comprometida com a meta de crescimento do PIB de’cerca de 5%’, por isso, mais políticas anticíclicas. Acreditamos que isso implica que as medidas de estímulo serão intensificadas no segundo semestre de 2024. Na verdade, já vimos sinais de flexibilização da política nas últimas semanas, incluindo os cortes nas taxas de juros, bem como os subsídios ‘dinheiro por sucata’. No entanto, as medidas anunciadas até agora ainda são de pequena escala e fragmentadas, onde o impacto econômico real pode ser comprometido”, aponta.

Indicadores econômicos preocupam a China

Os dados econômicos vêm apontando para uma desaceleração da China, o que preocupa o mercado. O Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, caiu para 4,7% no segundo trimestre em relação ao ano passado — abaixo da previsão de crescimento de 5% para o ano.

Além disso, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), que mede a atividade industrial, registra declínio pelo terceiro mês consecutivo.

Em julho, o PMI caiu de 49,5 para 49,4 pontos. Vale lembrar que abaixo de 50 pontos, significa que o setor está em contração. Simultaneamente, o PMI de serviços caiu de 50,5 para 50,2 no mesmo período.

Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, destaca que, embora os dados de julho indiquem uma fraqueza persistente na atividade, esses resultados aumentaram as expectativas de que o governo chinês precisará adotar novas medidas de estímulo econômico.

“Essa expectativa foi reforçada dias após o presidente Xi Jinping afirmar que os mercados teriam um ‘papel decisivo’ na alocação de recursos. No entanto, ações recentes dos reguladores chineses contradizem essa declaração. O Banco Popular da China (PBOC) implementou o controle da curva de juros, uma estratégia semelhante à utilizada pelo Japão para orientar as taxas de juros de curto e longo prazo. Além disso, intervenções artificiais, como a restrição das operações de vendas a descoberto no mercado de ações, devem ser evitadas em favor de medidas que promovam a autonomia decisória dos agentes econômicos. A tendência intervencionista da China em gerenciar seus mercados pode limitar a participação mais ampla e a confiança dos investidores internacionais”, afirmou, em relatório.

*Com informações da Reuters e Associated Press

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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