China pretende restringir escopo de negociações com EUA nesta semana
A China pretende restringir o escopo das negociações com os EUA nesta semana, a serem iniciadas na próxima quinta-feira (10), conforme apurado pela reportagem da Bloomberg.
O vice-premiê chinês Liu He pretende fechar acordo comercial com os EUA que não interfira na política industrial, tampouco nos subsídios praticados por Pequim, alvo de ataques pela administração Trump.
Questões como propriedade intelectual e soberania nacional devem ser os maiores pontos de conflito. Neste contexto, um esboço de acordo foi abandonado em abril deste ano por conter pontos que alterariam a política industrial da China, segundo a Bloomberg.
Mini acordo
Caso haja recuo na crítica aos subsídios por Washington, Rufus Yerxa – ex-oficial dos EUA do Departamento de Comércio – avalia que as negociações ficariam sem sentido, pelas mesmas terem sido iniciadas com foco nos estímulos governamentais de Pequim. “No mínimo, a administração terá muito o que explicar se esta questão sair da mesa”, opina Yerxa.
Por outro lado, o ex-representante do Departamento de Tesouro dos EUA David Dollar trabalha com a possibilidade de um “mini acordo” para evitar uma escalada das tensões e a ocorrência de recessão na economia norte-americana em 2020.
Necessidade de vitória
Em relação ao possível impeachment de Trump e as decorrências para as negociações, Jude Blanchette, analista da Center for Strategic and International Studies, avalia que líderes da China “interpretam a questão do impeachment como um enfraquecimento da posição de Trump, ou certamente uma distração”.
“A avaliação é que Trump necessita de uma vitória”, e deverá estar comprometido a atingi-la, segundo Blanchette.