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China pede que bancos comprem títulos para estabilizar mercado de renda fixa

14 dez 2022, 8:57 - atualizado em 14 dez 2022, 8:57
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O objetivo é absorver a pressão vendedora causada por resgates no varejo relacionados a alguns dos produtos de gestão de patrimônio desses mesmos bancos, segundo as fontes (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

A China solicitou ajuda a alguns dos maiores bancos do país para estabilizar o mercado de renda fixa doméstico, na esteira de uma onda de resgates de fundos por investidores de varejo que resultou na maior liquidação de títulos desde 2015, segundo pessoas a par do assunto.

Reguladores pediram aos bancos que comprem títulos por meio de suas mesas de negociação proprietárias, disseram as pessoas, que falaram sob condição de anonimato.

O objetivo é absorver a pressão vendedora causada por resgates no varejo relacionados a alguns dos produtos de gestão de patrimônio desses mesmos bancos, segundo as fontes.

A chamada janela de orientação para compras de títulos inclui notas emitidas por veículos de financiamento do governo local chinês, disse uma das pessoas.

O Banco Popular da China não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

A diretriz ressalta a preocupação de reguladores de que uma espiral descendente de resgates de fundos e preços de títulos em baixa possam intensificar a instabilidade financeira.

Embora o mercado de dívida local da China tenha se mostrado resistente à turbulência no setor imobiliário e na economia em geral nos últimos anos, os preços dos títulos caem em ritmo acelerado desde o início de novembro, à medida que investidores transferem dinheiro de produtos de renda fixa para ativos mais arriscados diante dos sinais de recuperação econômica.

Os prêmios de rendimento de títulos corporativos com classificação AAA com vencimento em três anos subiram para o nível mais alto desde agosto de 2020, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O spread aumentou 35 pontos-base no acumulado do mês, rumo ao maior salto mensal desde março de 2015.

Isso levou empresas, incluindo muitos veículos de financiamento do governo local, a cancelarem um total acumulado de 84 bilhões de yuans (US$ 12,1 bilhões) em emissões planejadas de títulos desde o início de novembro, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Reguladores ampliam esforços para apoiar o segmento após uma reunião com participantes do mercado na semana passada, na qual pediram às maiores seguradoras do país que comprassem títulos sendo vendidos por produtos de gestão de patrimônio. Na época, bancos levantaram a possibilidade de entrar em cena com suas mesas de negociação proprietárias.

Tal intervenção teve um impacto limitado até agora. Títulos emitidos por veículos de financiamento do governo local lideraram a queda no mercado de crédito “onshore” da China nesta quarta-feira, sendo que os rendimentos de algumas notas subiram 10 pontos-base, segundo traders.

O mercado de títulos doméstico da China poderia enfrentar uma pressão vendedora de 497 bilhões de yuans (US$ 72 bilhões) em resgates de produtos de gestão de fortunas e em fundos de renda fixa em dezembro, de acordo com estimativa da corretora Shenwan Hongyuan, com base no que chamou de cenário extremo.