China mostra sinais de recuperação, mas pessimismo prevalece
A economia da China mostra sinais de recuperação em resposta às medidas de estímulo do governo, mas a queda do mercado imobiliário e os surtos de Covid continuam a pesar nas perspectivas para o país.
Produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos todos cresceram mais rápido do que os economistas esperavam no mês passado. O desemprego urbano caiu para 5,3%, enquanto o desemprego entre jovens caiu de um nível recorde.
O aumento das vendas no varejo decorreu em parte de uma base de comparação menor em relação ao ano anterior, e também de um impulso nas vendas de carros depois que Pequim ofereceu subsídios aos compradores de veículos elétricos.
A produção industrial foi apoiada por um salto na geração de energia durante a onda de calor de agosto, uma recuperação que dificilmente será sustentada.
Apesar dos sinais de melhora, a recuperação continua frágil à medida que os surtos de Covid se espalham pelo país e o governo aperta restrições para conter infecções antes do congresso de liderança do Partido Comunista no próximo mês.
A crise imobiliário também não mostra sinais de alívio. Os preços de imóveis recuaram pelo 12º mês consecutivo, e a contração em agosto foi maior do que em julho, segundo relatório também divulgado na sexta-feira.
“Embora os dados de hoje sejam melhores do que o esperado, é improvável que mude o pessimismo predominante em relação à China, dados os vários ventos contrários em andamento, incluindo Covid Zero, crise imobiliária e a falta de medidas políticas decisivas antes do congresso do Partido”, disse Larry Hu, economista-chefe para China do Macquarie Group.
O mercado também não se impressionou com a melhora nos dados de atividade. A desvalorização do yuan continuou a pesar sobre o sentimento e as bolsas asiáticas terminaram a semana em queda.
O governo disse que os dados mostraram que “a economia resistiu aos impactos de vários fatores inesperados e sustentou o impulso da recuperação”. Mas a China enfrenta uma situação mais complexa e difícil este ano do que em 2020, dada a dificuldade em controlar os surtos de Covid e a desaceleração da economia global, disse Fu Linghui, porta-voz da agência de estatísticas do país.
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