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China, maior poluidora do mundo, é foco de conferência global do clima

02 dez 2019, 13:41 - atualizado em 02 dez 2019, 13:41
China Bandeira
Embora seja o maior investidor em energia renovável, o país é o maior poluidor de carbono e consumidor de energia do mundo (Imagem: Alejandro Luengo/Unsplash)

Todas as atenções se voltam para a China quando representantes de quase 200 países se reúnem em Madri para a próxima rodada de negociações climáticas das Nações Unidas. Como a maioria das iniciativas para alcançar um consenso internacional, o que o governo chinês quer importa devido à sua crescente influência geopolítica e poder econômico.

Mas, quando se trata de uma das principais causas das mudanças climáticas – as emissões de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis -, não há peso maior do que o da China.

Embora seja o maior investidor em energia renovável, o país é o maior poluidor de carbono e consumidor de energia do mundo. Equilibrar a forma como fornece energia à sua grande economia e como atende às demandas do resto do planeta está longe de ser resolvido.

Sendo uma economia em desenvolvimento, a China apoia um dos principais pilares dos esforços da ONU: que os países mais ricos tenham mais responsabilidade pelas emissões de mudanças climáticas que foram lançadas na atmosfera do que as nações mais pobres e, portanto, devem fazer mais para financiar iniciativas que revertam o cenário.

O governo chinês também apoia uma abordagem multinacional para evitar as mudanças climáticas, tendo criticado a decisão dos EUA de se retirar do Acordo de Paris assinado em 2015 e a recente proposta da Europa de estabelecer um imposto regional sobre o carbono.

Mercado de carbono

Há um foco específico das negociações de Madri: como implementar o artigo 6º do Acordo de Paris, sobre abordagens e mecanismos de cooperação para reduzir as emissões e apoiar o desenvolvimento sustentável.

Uma maneira de fazer isso seria um mercado global de carbono, onde os países pudessem acumular créditos pela redução de emissões e depois negociá-los.

A China apoia um mecanismo de mercado porque o sistema é flexível e oferece oportunidades para buscar opções de menor custo, disse Ma Aimin, consultor do governo chinês sobre políticas contra a mudança climática.

A China poderia ser uma desenvolvedora de créditos se seus custos forem relativamente menores ou compradora se os custos forem maiores, disse.

O governo chinês já está desenvolvendo seu próprio mercado de carbono, que seria o maior do mundo. Como isso se vincularia a uma iniciativa global dependerá das regras finais acordadas internacionalmente, disse Ma, que também é vice-diretor geral do Centro Nacional de Estratégia para Mudanças Climáticas e Cooperação Internacional.

Depois de mudanças no ano passado que atrasaram o cronograma da China para o lançamento de um mercado nacional de carbono, o recém-criado Ministério de Ecologia e Meio Ambiente está pronto para iniciar as negociações no setor de energia no próximo ano, disse Ma.

Os sistemas de registro e trading estão quase completos e as negociações simuladas começaram com possíveis participantes, disse. Outros setores serão atraídos para o mercado após 2020, acrescentou Ma.

Enquanto isso, o maior investidor de energia renovável do mundo tenta concretizar uma grande mudança de política.

Após anos financiando projetos de energia solar e eólica, que agregaram mais capacidade do que qualquer outro país, a China agora está diminuindo subsídios para o setor e promovendo projetos que possam competir contra usinas de carvão e gás natural.

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