China lembra mercados que desafio do yuan ao dólar continua
Investidores que se perguntam como a China planeja desenvolver seus mercados financeiros nos próximos anos não precisam ir além dos comentários feitos durante o fim de semana no Bund Summit, em Xangai.
O presidente do Banco Popular da China, Yi Gang, disse que promover o uso mais amplo do yuan continuará paralelamente à abertura dos mercados. “A principal tarefa do regulador é reduzir as restrições ao uso internacional da moeda e deixá-la seguir seu próprio curso”, disse.
Esses comentários foram ecoados por Zhu Jun, diretora-geral da divisão internacional do banco central. As autoridades monetárias removerão os obstáculos que impedem o uso mais amplo da moeda com a liberalização constante da conta de capital, maior flexibilidade da taxa de câmbio do yuan e melhora da liquidez no mercado de títulos, disse.
Os comentários das duas autoridades destacam que, embora a promoção do yuan não tenha decolado tão rapidamente quanto esperado desde que a ideia foi lançada há uma década, os planos estão de pé.
Uma estratégia bem-sucedida daria às autoridades monetárias chinesas algumas coisas com as quais sonham há muito tempo: o uso do yuan como moeda de reserva global e o desafio ao domínio do dólar no comércio e nas finanças.
“A China manterá sua meta de internacionalização do yuan e não há como voltar atrás em sua abertura financeira”, disse Gao Qi, estrategista do Scotiabank, em Cingapura. “É provável que mais e melhores políticas acelerem a internacionalização.”
Autoridades monetárias chinesas traçaram um plano para aumentar a influência da moeda na esteira da crise de crédito global, mas, na melhor das hipóteses, o avanço foi hesitante, principalmente porque o Partido Comunista tem pouco apetite para abrir mão do controle sobre questões como saída de capital.
Os pedidos de expansão do uso do yuan aumentaram no país asiático em meados do ano passado, à medida que as tensões com os EUA atingiram a esfera financeira.
A fatia do yuan nos pagamentos globais e nas reservas de bancos centrais permanece em torno de 2%, mas os esforços da China continuam.
O PBOC disse na quinta-feira que instituição e o Banco da Coreia concordaram em estender um acordo de swap cambial por mais cinco anos e aumentar o montante envolvido para 400 bilhões de yuans (US$ 59,9 bilhões).