Exportações

China importa inflação das carnes e reforça os ganhos em receita dos exportadores

28 ago 2019, 9:37 - atualizado em 28 ago 2019, 10:02
Proteína suína importada estimula o aumento de preços aos consumidores chineses (REUTERS/Stringer)

O aumento dos alimentos na China segue em alta, com o preço da carne suína disparando 8,8% na semana de 19 a 25 deste mês. Logo atrás, aparece a carne bovina. O dado, trazido pela agência de notícias Xinhua, reforça a valorização que as exportações brasileiras e as de outros fornecedores mundiais estão obtendo.

As estatísticas brasileiras comprovam o ganho em receita com a carne de porco, conforme Money Times analisou depois dos ganhos dos exportadores no 2º trimestre (9/8).

De janeiro a julho, as vendas totais aferiram ganho de 23%, chegando a R$ 847,7 milhões, contra alta em volume de 19,6%, sobre o mesmo período de 2018. A China é o principal destino da proteína, muito consumida no país.

Dados do Cepea/Esalq, com base na Secex, mostram ainda que somente em junho o preço médio da tonelada exportada registrou aumento de 42% sobre maio e 72% sobre junho de 2018. Esteve em US$ 3,35 mil/t.

A peste suína africana, que dizima o plantel chinês, exigindo importações de todas as proteínas, também inflaciona o preço do frango e da carne bovina naquele mercado.

A proteína de boi no atacado foi a que observou o segundo maior aumento na semana passada, no núcleo do IPC. De acordo com informações do Ministério do Comércio divulgadas pela Xinhua foi de 1,4%.

Para analistas internacionais, apesar de ser boa notícia para os vendedores, o avanço da inflação chinesa – em meio a uma certa desaceleração econômica e futuro ainda incerto com base no desenrolar da guerra comercial com os Estados Unidos – pode fazer com que Pequim tome medidas para conter a inflação importada.