China importa inflação das carnes e reforça os ganhos em receita dos exportadores
O aumento dos alimentos na China segue em alta, com o preço da carne suína disparando 8,8% na semana de 19 a 25 deste mês. Logo atrás, aparece a carne bovina. O dado, trazido pela agência de notícias Xinhua, reforça a valorização que as exportações brasileiras e as de outros fornecedores mundiais estão obtendo.
As estatísticas brasileiras comprovam o ganho em receita com a carne de porco, conforme Money Times analisou depois dos ganhos dos exportadores no 2º trimestre (9/8).
De janeiro a julho, as vendas totais aferiram ganho de 23%, chegando a R$ 847,7 milhões, contra alta em volume de 19,6%, sobre o mesmo período de 2018. A China é o principal destino da proteína, muito consumida no país.
Dados do Cepea/Esalq, com base na Secex, mostram ainda que somente em junho o preço médio da tonelada exportada registrou aumento de 42% sobre maio e 72% sobre junho de 2018. Esteve em US$ 3,35 mil/t.
A peste suína africana, que dizima o plantel chinês, exigindo importações de todas as proteínas, também inflaciona o preço do frango e da carne bovina naquele mercado.
A proteína de boi no atacado foi a que observou o segundo maior aumento na semana passada, no núcleo do IPC. De acordo com informações do Ministério do Comércio divulgadas pela Xinhua foi de 1,4%.
Para analistas internacionais, apesar de ser boa notícia para os vendedores, o avanço da inflação chinesa – em meio a uma certa desaceleração econômica e futuro ainda incerto com base no desenrolar da guerra comercial com os Estados Unidos – pode fazer com que Pequim tome medidas para conter a inflação importada.