China foi a salvação da lavoura para a carne bovina no ano, contra queda geral de outros destinos
O acumulado das exportações de carne bovina não deixa dúvida que a China foi a salvação da lavoura. Todos os maiores compradores compraram menos, alguns bem menos ainda, em associação ao cenário de queda no mercado doméstico. E reacentua a dependência sem limites do boi brasileiro em relação àquela parte do mundo.
Os chineses ficaram com mais da metade dos embarques totais de janeiro a outubro, 948,1 mil toneladas para 1,650 milhão/t. Em receita, mandaram para o Brasil US$ 4 bilhões, dos US$ 6,8 bilhões que foram internados, segundo dados da Secex/Decex compilados pela Abrafrigo.
Como em volume e no financeiro a soma total cresceu 9% e 16% sobre 2019, a participação da China em mais 109% em quantidade (e menos 10% de Hong Kong) garantiu aquelas altas gerais.
Outubro contra outubro, os embarques totais caíram 4% em tonelagem e 8% em faturamento.
Enquanto o disparado maior comprador de carne de boi do Brasil controlou a pandemia mais cedo, reaquecendo o consumo já a partir de abril, a onda que varreu o resto do mundo fez os outros importadores diminuírem suas compras em efeito dominó.
Pela ordem no ranking, a uma distância enorme da China, Egito, Chile, Rússia, depois a Arábia Saudita em sexto e Emirados Árabes Unidos em seguida, foram os principais destinos em queda na soma dos 10 primeiros meses do ano. O primeiro comprou 27,4% menos, mas o campeão foi o pequeno Emirados, com queda de 49%.
Todos os países da Europa também sucumbiram com as fortes medidas restritivas de isolamento.
Os Estados Unidos, na quinta posição dos maiores importadores, elevaram suas aquisições, em 52,3%, para 48,7 mil/t, mas trata-se apenas de carne processada. O mercado segue sem comprar carne bovina fresca, como os demais aqui apontados.