China firma compromisso com crescimento em meio à pressão sobre economia
Autoridades chinesas prometeram nesta quarta-feira (2) que o crescimento econômico ainda é uma prioridade e que vão continuar com as reformas. A mensagem foi uma aparente tentativa de aliviar temores após Xi Jinping confirmar um novo mandato e em meio às rígidas restrições contra a covid-19 exigem cada vez mais da segunda maior economia do mundo.
Os lockdowns renovados contra o coronavírus estão pesando fortemente na atividade econômica da China, na confiança do consumidor e nos mercados financeiros chineses, somando-se à queda acentuada na economia global devido ao aumento da inflação e das taxas de juros nas principais economias centrais.
Xi garantiu um terceiro mandato como secretário-geral no 20º Congresso do Partido Comunista no mês passado, quando estimulou o Partido a se preparar para as dificuldades e fortalecer a segurança nacional. Ele renovou seu apoio à política de Covid-zero, apesar da economia fragilizada.
Em entrevistas gravadas previamente para a Cúpula de Investimentos de Líderes Financeiros Globais em Hong Kong, autoridades de alto escalão do Banco Central da China (PBoC), reguladores de valores mobiliários e bancários do país garantiram à audiência por meio de uma transmissão em vídeo que a China manteria seus mercados imobiliário e de câmbio estáveis e permaneceria comprometida em uma estratégia econômica pró-crescimento.
“Os investidores internacionais devem ler com mais atenção o relatório de trabalho que o presidente Xi entregou” no Congresso, disse Fang Xinghai, vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC). “Lá, ele enfatizou novamente a centralidade do crescimento econômico em todo o trabalho do Partido e do país, e isso é muito significativo”, mostrando que a China está totalmente focada no crescimento, disse ele.
Fang também criticou a cobertura da mídia internacional, dizendo que muitas reportagens “realmente não entendem a China muito bem” e possuem um foco de curto prazo.
Yi Gang, presidente do PBoC, disse que a China continuará desregulamentando seus mercados. “A reforma e a política de ‘portas abertas’ continuarão”, disse Yi.
Separadamente, em um livro intitulado “Uma leitura suplementar do relatório do 20º Congresso do Partido Comunista” e citado pela mídia local na quarta-feira, Yi disse que a China está em posição de manter uma política monetária “normal” e taxas de juros “positivas”.
Hong Kong e Macau
A China deve “tratar com firmeza” e “retificar” o que for necessário para resolver qualquer questão de estabilidade a longo prazo em Hong Kong e Macau, disse um alto funcionário, de acordo com a leitura de um documento suplementar do 20º Congresso do Partido Comunista, em outubro.
“Devemos tomar as principais questões relacionadas à estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macau, devemos lidar com firmeza com o que quer que seja necessário, devemos retificar com firmeza o que deve ser retificado e estabelecer com firmeza as regras que forem necessárias”, escreveu Xia Baolong, diretor do escritório de assuntos de Hong Kong e Macau da China, de acordo com o documento. Trechos dele foram publicados pela mídia local nesta quarta-feira.
Autoridades chinesas e de Hong Kong promoveram nesta quarta-feira a conexão da cidade com a segunda maior economia do mundo, à medida que buscam restaurar sua reputação como centro financeiro global após anos de medidas duras contra a Covid-19 que castigaram sua posição.
O status de Hong Kong como um importante centro financeiro foi afetado por rígidas restrições contra o vírus, protestos contra o governo em 2019 e a imposição da China de uma lei de segurança nacional abrangente na cidade um ano depois.
A conferência internacional de negócios nesta quarta-feira foi o maior evento corporativo em Hong Kong desde que a cidade fechou suas fronteiras para combater a pandemia em 2020. Essas medidas atingiram gravemente a economia e têm resultado em uma fuga de talentos.
“Hong Kong continua sendo o único lugar no mundo onde a vantagem global e a vantagem da China se unem em uma única cidade”, disse o chefe do executivo de Hong Kong, John Lee, a cerca de 250 participantes na Cúpula de Investimentos de Líderes Financeiros Globais, organizada pelo banco central de-facto da cidade, a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA).
“Essa convergência única torna Hong Kong a conexão insubstituível entre o continente e o resto do mundo.”
Alguns dos maiores chefes de bancos do mundo, incluindo David Solomon, do Goldman Sachs e James Gorman, do Morgan Stanley, estão em Hong Kong pela primeira vez em quase três anos para a cúpula.
Para as companhias financeiras estrangeiras que operam na China e em Hong Kong, a cúpula ocorre enquanto elas enfrentam as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China, que também têm colocado a ex-colônia britânica na mira.
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