China “ficará ligada” e avalia retaliar EUA após inclusão de empresas em lista negra
A China considera possível retaliação aos EUA como resposta à imposição de 28 companhias de vigilância na lista negra norte-americana para exportações, alegando violação aos direitos humanos contra minorias muçulmanas, conforme apurado pela reportagem da Bloomberg.
Ao ser questionado sobre a possível retaliação, o porta-voz do governo Geng Shuang disse que a China “ficará ligada” e negou possíveis abusos do Estado contra direitos humanos na província de Xinjiang, localizada no oeste da China, menos desenvolvida em relação ao leste.
“Insistimos que o lado norte-americano imediatamente corrija seu erro, retire a decisão de banir as empresas e pare de interferir em questões internas da China”, declarou Geng. “A China continuará a tomar medidas firmes e fortes para salvaguardar a soberania nacional, segurança e interesses de seu desenvolvimento econômico”, completou.
Timing
O governo dos EUA adicionou as companhias na lista negra dias antes das negociações entre as duas maiores economias do mundo, a se iniciarem na próxima quinta-feira (10).
Embora Washington tenha ressaltado inexistência de relação com a guerra comercial, preocupações surgem em torno da proliferação e horizontalidade das retaliações para além do comércio internacional.
Matthew Goodman, do think tank Center for Strategic and International Studies, avalia que Pequim provavelmente enxergará conexão entre guerra comercial e retaliações, conforme apurado pela reportagem do The Wall Street Journal.
“Acredito que os chineses provavelmente deverão visualizar alguma conexão, mesmo se a administração [Trump] afirmar que não existe”, disse Goodman, completando: “este fato deverá complicar as discussões nesta semana, o timing foi estranho para os chineses”.