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China estuda mais medidas de alívio para setor imobiliário

08 dez 2022, 8:50 - atualizado em 08 dez 2022, 8:50
China
A mudança viria na esteira da promessa do Politburo, órgão de decisão do Partido Comunista, que busca uma retomada da economia chinesa em 2023 (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

Autoridades da China podem flexibilizar ainda mais sua abordagem para as políticas destinadas ao setor imobiliário em sua principal reunião econômica na próxima semana, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A mudança viria na esteira da promessa do Politburo, órgão de decisão do Partido Comunista, que busca uma retomada da economia chinesa em 2023.

Na Conferência Central de Trabalho Econômico, que acontece anualmente, autoridades discutem os objetivos do próximo ano, como a meta para o PIB e o déficit fiscal.

A conferência começa em 15 de dezembro, disseram pessoas a par da reunião, que não quiseram ser identificadas.

O governo planeja minimizar o significado do conceito “casa é para morar, não para especular”, disseram as pessoas. Essa frase tem sido usada consistentemente por autoridades desde 2016 para refletir a determinação do governo em frear a especulação no setor, controlar a alta dos preços dos imóveis, limitar os riscos de endividamento e reduzir o excesso de oferta em cidades de menor porte.

As autoridades pretendem reverter o desaquecimento no mercado imobiliário e retomar as operações do setor, disse uma das pessoas.

Também podem declarar que a campanha do país para desalavancar o mercado imobiliário, iniciada há um ano, está concluída e que agora o foco para o próximo ano é aumentar a demanda dos consumidores, segundo uma das fontes. As discussões estão em andamento e sujeitas a mudanças, acrescentaram as pessoas.

A reunião dos principais líderes, entre eles o presidente chinês Xi Jinping, ocorrerá após a reunião do Politburo na terça-feira, onde autoridades disseram que vão buscar uma “melhoria geral” da economia no próximo ano. A frase “casa é para morar, não para especular” não foi incluída no comunicado divulgado após a reunião, que alguns analistas interpretaram como um sinal de que mais flexibilização pode estar a caminho.

O Banco Popular da China, a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e o Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural não responderam de imediato a pedidos de comentário.

“Esperamos que a flexibilização das políticas ganhe uma tração muito melhor em 2023 em meio à guinada em relação à Covid e à política habitacional”, escreveram economistas do Morgan Stanley, incluindo Robin Xing, em comentários sobre a omissão da frase na declaração da reunião do Politburo.

A Conferência Central de Trabalho Econômico geralmente é realizada logo após uma reunião do Politburo.

Autoridades tomaram várias medidas decisivas nas últimas semanas para reativar a segunda maior economia do mundo, entre elas o alívio da política Covid Zero e a implementação de ações enérgicas para impulsionar o mercado imobiliário. A decisão segue uma campanha sustentada nos últimos anos que incluiu uma ampla repressão à iniciativa privada que afetou os mercados.

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