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China estabelece cotas e tarifa adicional de 55% para carne bovina; o que muda para o Brasil?

31 dez 2025, 10:08 - atualizado em 31 dez 2025, 10:08
Marfrig carne bovina
(Imagem: Pixabay/mp1746)

A China não esperou 2026 para mexer com o mercado de carne bovina. Nesta quarta-feira (31), o país asiático anunciou a adoção de medidas de salvaguarda contra a importação de carne bovina.

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O governo chinês decidiu adotar cotas específicas por país para importação de carne bovina com a imposição de uma tarifa adicional de 55% para volumes que excederem a cota. As medidas entram em vigor amanhã (1º) e serão implementadas por três anos até 31 de dezembro de 2028.

A partir do terceiro dia após o volume de importação atingir a quantidade estabelecida, os importadores deverão pagar, além da tarifa vigente, uma tarifa adicional de 55%.

O Brasil, principal fornecedor da proteína ao mercado chinês, terá uma cota de exportação de 1,106 milhão de toneladas sem tarifas adicionais neste ano. O volume alcança 1,128 milhão de toneladas em 2027 e 1,154 milhão de toneladas em 2028.

As cotas para os principais exportadores devem ficar da seguinte forma:

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País / Região 2026 2027 2028
Brasil 1,106 1,128 1,154
Argentina 0,511 0,521 0,532
Uruguai 0,324 0,331 0,337
Nova Zelândia 0,206 0,21 0,214
Austrália 0,205 0,209 0,213
Estados Unidos 0,164 0,168 0,171
Outros países e regiões 0,172 0,175 0,179
Total 2,688 2,742 2,797

O que muda para o Brasil com medidas da China?

Segundo Felipe Fabbri, analista de proteína animal da Scot Consultoria, a mudança anunciada pela China não deve impactar o mercado físico do boi no curto prazo, especialmente no primeiro semestre.

“Até que a totalidade dessa cota seja atingida, segue valendo o que está em vigor. Pode haver, sim, uma desaceleração nas compras por parte do importador chinês no curto prazo, considerando que é um mercado que se abasteceu bem em 2025. Ao mesmo tempo, a oferta de boiadas entre janeiro e fevereiro tende a ser menor, o que é um fator positivo para os preços”, afirma.

Fabbri destaca ainda que o início do ano, tradicionalmente marcado por um menor volume de compras da China, pode registrar uma desaceleração ainda mais intensa, com a demanda se concentrando no segundo semestre.

“Esse anúncio ocorre em meio a uma maior presença dos Estados Unidos no mercado e em um momento em que as tarifas norte-americanas já não estão mais em vigor, o que é positivo para o mercado global de carne bovina”, avalia.

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Para produtos originários de países em desenvolvimento, caso a participação individual nas importações não ultrapasse 3%, e a participação total desses países não exceda 9%, as medidas de salvaguarda não se aplicam.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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