Internacional

China emitirá US$ 284 bi em dívida soberana este ano para ajudar a reanimar a economia, segundo fontes

26 set 2024, 8:35 - atualizado em 26 set 2024, 8:35
china-dados-importação-exportação
A China também pretende levantar mais 1 trilhão de iuanes por meio de uma emissão especial de dívida soberana separada. (Foto: glaborde7/ Pixabay)

A China planeja emitir títulos soberanos especiais no valor de cerca de 2 trilhões de iuanes (US$ 284,43 bilhões) este ano como parte de um novo estímulo fiscal, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, ampliando uma série de medidas para combater as fortes pressões deflacionárias e ajudar no crescimento econômico.

Como parte do pacote, o Ministério das Finanças planeja emitir 1 trilhão de iuanes de dívida soberana especial, principalmente para estimular o consumo em meio a preocupações crescentes sobre as condições da recuperação econômica pós-Covid, disseram as fontes.

Parte dos recursos do ministério levantados por meio de títulos especiais, que são lançados para uma finalidade específica, será usada para aumentar os subsídios para a troca e renovação de bens de consumo e para a atualização de equipamentos comerciais de grande escala, disseram as duas fontes.

Os recursos também serão usados para fornecer um benefício mensal de cerca de 800 iuanes, ou US$ 114, por criança a todas as famílias com dois ou mais filhos, excluindo o primeiro filho, disse a primeira fonte.

A China também pretende levantar mais 1 trilhão de iuanes por meio de uma emissão especial de dívida soberana separada e planeja usar os recursos para ajudar os governos locais a resolver seus problemas de dívida, acrescentou a fonte.

A maior parte do estímulo fiscal da China ainda vai para o investimento, mas os retornos estão diminuindo e os gastos sobrecarregaram os governos locais com uma dívida de US$ 13 trilhões. Os gastos domésticos da China são inferiores a 40% do PIB, cerca de 20 pontos percentuais abaixo da média global.

Algumas das medidas de apoio fiscal poderão ser reveladas já nesta semana, disseram as fontes, que não quiseram se identificar por não estarem autorizadas a falar com a mídia.

O Escritório de Informações do Conselho de Estado da China, que lida com as consultas da mídia em nome do governo, e o Ministério das Finanças não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Os líderes chineses prometeram, nesta quinta-feira (26), pressionar para atingir a meta de crescimento econômico para 2024, de aproximadamente 5%, e interromper o declínio do mercado imobiliário, informou a mídia estatal, citando uma reunião do Politburo.

O Politburo disse que o país fará bom uso de seus títulos soberanos especiais ultralongos e títulos especiais dos governos locais para apoiar o investimento do governo e que os gastos fiscais necessários devem ser garantidos.

A expansão fiscal planejada é a mais recente tentativa das autoridades chinesas de reanimar uma economia que luta contra pressões deflacionárias e corre o risco de não atingir a meta de crescimento deste ano devido a uma forte retração no setor imobiliário e à fragilidade confiança do consumidor.

O banco central anunciou, na terça-feira (24), medidas de estímulo monetário e de apoio ao mercado imobiliário mais amplas do que o esperado para restaurar a confiança na economia, com medidas importantes que incluem injeções de liquidez e custos de empréstimos mais baixos.

As medidas ajudaram o sentimento do mercado, mas principalmente porque aumentaram as expectativas de que as autoridades logo apresentarão um pacote fiscal para complementar as medidas monetárias e financeiras.