CryptoTimes

China e a loucura do blockchain

30 out 2019, 14:42 - atualizado em 02 jan 2020, 15:54
Hype sobre blockchain na China gera empolgação e dúvidas (Imagem: NewsBTC)

São muitas notícias, empolgação e drama vindas direto da China esta semana. O governo chinês até apareceu na nossa extensa pesquisa sobre a Evolução das Stablecoins.

No primeiro resumo de sua pesquisa, Ryan Watkins recapitulou os três modelos econômicos de stablecoins e explicou brevemente como a China e o Facebook emergiram como os dois emissores predominantes das novas moedas digitais.

Não éramos os únicos a discutir sobre a história da China.

As coisas ficaram um pouco estranhas depois do hype em Pequim no final da semana passada.

Dias após o discurso do presidente Xi sobre a necessidade de “aproveitar a oportunidade” das cripto, aprendemos que uma das primeiras ordens de negócio seria a de executar um “teste de pureza” centralizado… em um blockchain?

O presidente Xi Jinping diz que quer aproveitar a oportunidade que o blockchain oferece (Imagem: Johannes Eisele/AFP)

O novo dapp (aplicativo descentralizado) chinês, traduzido literalmente como “Intenções Originais On-Chain”, permitiria que os membros do partido anunciassem sua legítima lealdade (talvez?) ao Partido Comunista Chinês.

Situação estranha… mas tudo bem.

Talvez não seja novidade que houve uma resposta positiva dos empreendedores chineses que esperam capitalizar [o bitcoin] na primeira oportunidade dada.

(Os comentários do presidente fizeram com que o estado chinês gastasse um bom tempo para noticiar a adoção de blockchain na primeira página na sexta-feira. Isso causou um aumento no tráfego online por conta de pesquisas sobre “blockchain” e “bitcoin”.)

Também não é novidade que a celebração ocidental dos comentários do presidente causou perturbação por parte do grupo libertária da comunidade de bitcoin: o desprezo, em vez de uma recepção calorosa, se dá pelo histórico de vigilância e interferência na liberdade de expressão do país.

A adoção de blockchains centralizadas gera preocupação sobre como essa tecnologia vai ser realmente utilizada pelo governo chinês (Imagem: Pixabay)

Essa parece ser a continuação de um ciclo de feedback repleto de mensagens confusas e duvidosas das autoridades chinesas durante seis anos. Mas agora (não diga isso, não diga isso) parece diferente.

As coisas também devem parecer diferentes na Bitmain, a gigante mineradora.

De acordo com a Bloomberg, Jihan Wu, cofundador da Bitmain, não é mais CEO desde o início deste ano. Após um conturbado processo de uma IPO (oferta pública inicial) ter sido interrompido, a “renúncia” de Wu foi anunciada pelo outro cofundador, Micree Zhan Ketuan.

A briga piorou após Wu ter avisado aos funcionários, em um comunicado interno, que “receber instruções de Zhan ou comparecer a suas reuniões” resultaria em demissão ou indiciamento.

Jihan Wu, ex-CEO da Bitmain, foi “desligado” da empresa repentinamente (Imagem: Crypto Crimson)

Isso é engraçado, porque seria um grande escândalo na China com dois dos maiores criptoempreendedores brigando em público. De acordo com resultados de IPO anteriores da Bitmain, Zhan possui 37% das ações, enquanto Zu possui apenas 21%.

Isso significa que os investidores devem ter apoiado algo que Dovey Wan, da Primitive Ventures, comparou com o sucesso de “O Poderoso Chefão”. Durante o “golpe”, o e-mail de Zhan “foi deletado e ele foi imediatamente banido do prédio pela segurança”.

Aparentemente, isso tudo aconteceu enquanto Zhan estava em uma conferência fora da cidade.

É a ponta do iceberg da cripto na China. Mas não tema!

Nathaniel Whittemore explica muito bem toda a história sobre a posição da China em relação às cripto no “Narrative Watch” dessa semana.

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