China diz que questões de Taiwan e Ucrânia não são comparáveis
São dois pesos e duas medidas tentar confundir as questões de Taiwan e da Ucrânia, já que a ilha sempre fez parte da China e é inteiramente um assunto doméstico, disse o ministro das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira, atraindo uma resposta furiosa de Taipei.
A China reivindica a ilha democraticamente governada como seu próprio território e, nos últimos dois anos, aumentou a pressão militar contra Taiwan, nunca tendo renunciado ao uso da força para colocá-la sob o controle de Pequim.
Os governos de China e Taiwan concordam que as situações de Taiwan e da Ucrânia são diferentes, mas por razões diferentes.
A China diz que Taiwan nunca foi um país independente, enquanto que Taiwan, grande fabricante de chips, afirma que é importante geopoliticamente e que, ao contrário da Ucrânia e da Rússia, não faz fronteira terrestre com a China.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que as questões de Taiwan e da Ucrânia “não são comparáveis”, pois Taiwan é um assunto doméstico para a China, enquanto a Ucrânia é uma disputa entre dois países.
“Vimos que algumas pessoas enfatizam o princípio da soberania na questão da Ucrânia, mas continuam a minar a soberania e integridade territorial da China na questão de Taiwan. É uma situação clara de dois pesos e duas medidas”, disse ele, em aparente referência aos Estados Unidos.
Washington é o mais importante patrocinador internacional e fornecedor de armas de Taiwan, uma fonte frequente de atrito nos laços sino-americanos.
A China não reconhece nenhuma reivindicação de soberania do governo de Taiwan, que por sua vez diz que a República Popular da China nunca governou a ilha e apenas o povo de Taiwan pode escolher seu futuro.
Wang, falando em entrevista coletiva nos bastidores da reunião anual do Parlamento da China, disse que as tensões são culpa de Taiwan pela recusa do governo em aceitar que eles fazem parte da China, o que “arruinará o futuro de Taiwan”.
O Conselho de Assuntos Domésticos de Taiwan afirmou que as ameaças militares, a pressão diplomática e as tentativas da China de “atacar” a ilha são as verdadeiras causas das tensões.
“Isso também mostra por que não está disposta a condenar a agressão da Rússia”, acrescentou em um comunicado.
A China se recusou a condenar o ataque da Rússia à Ucrânia ou chamá-lo de invasão.