Açúcar

China deve aumentar compra direta de açúcar da Índia e tira a demanda dos preços de Nova York

21 ago 2019, 15:01 - atualizado em 21 ago 2019, 15:36
Exportações brasileiras de açúcar menores não estimulam preços com a pesada oferta indiana (Imagem: Paulo Fridman/Bloomberg)

Na nova safra de cana da Índia, a começar em outubro, há possibilidade de que a China absorva até 3 milhões de toneladas de açúcar. Esse canal de comércio não passa mais por Nova York, ou seja, a bolsa de futuros não precifica mais essa alta demanda pela razão direta de que o negócio é feito em bases de acordos bilaterais.

E isso vem se constituindo também num viés considerável a deprimir mais solidamente os preços no mercado internacional da commodity.

Se a Índia for exportar no mínimo 6 milhões de toneladas, e a Safras & Mercado registra que há análises que elevam para até 8 milhões/t, os chineses podem ficar com a metade. E ainda assim não encurtaria a balança do açúcar global, já que tem o Brasil fornecendo (ainda que cada vez mais em menor volume), a Tailiândia, Paquistão, Europa e América Central.

Esses acordos comerciais, ao qual o analista da Safras, Maurício Muruci, agrega com o Oriente Médio, é aproveitado com o subsídio ofertado pelo governo indiano aos produtores – e alvo de contestação oficializada junto à Organização Mundial de Comércio (OMC), por Brasil, Austrália e Guatemala.

Na safra que termina, a China pegou até 2,5 milhões/t e na passada, 1,5 milhão/t, o que raspa os 50% da produção exportável da Índia, avalia Muruci. As negociações bilaterais mostram avanço nas aquisições do gigante asiático.

Lembra-se também que os chineses estavam aplicando um tarifa adicional ao açúcar brasileiro por antidumping, mas houve acordo em maio sem que o Brasil fizesse uma consulta à OMC.

Nesse cenário, a ICE Futures não reage mesmo com a safra do Centro-Sul brasileira quase entrando no período final, quando a produção decresce, e ainda com o etanol podendo ganhar mais preços de setebmro/outubro em diante. “O Brasil não precifica mais”, na opinião do analista.

Nesta quarta (21), o contrato de outubro perdeu mais 5 pontos, e fechou em 11.39 centavos de dólar por libra-peso.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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