BusinessTimes

China deve elevar demanda por carne bovina dos EUA, diz Marfrig

20 fev 2020, 17:31 - atualizado em 20 fev 2020, 17:31
Marfrig
Isso também deve diminuir a oferta no mercado norte-americano, que já está apertada, e elevar os preços domésticos, afirmou a Marfrig (Imagem: Divulgação/Marfrig)

A peste suína africana causou um enorme déficit de proteínas na China, o que levou ao aumento das exportações de carne do Brasil. Agora, essa explosão da demanda pode chegar aos Estados Unidos.

Essa é a avaliação de Eduardo Miron, presidente da Marfrig Global Foods (MRFG3), segunda maior produtora mundial de carne bovina.

Ele espera que o acordo comercial entre China e EUA, assinado no mês passado, leve a um aumento das exportações norte-americanas de carne bovina para a China.

Isso também deve diminuir a oferta no mercado norte-americano, que já está apertada, e elevar os preços domésticos, afirmou.

Essa tendência é mais uma boa notícia para a Marfrig. O Ebitda e receita da empresa foram recordes no quarto trimestre, puxados pelo aumento das exportações da América do Sul e pelo bom momento do setor nos EUA, onde a demanda por carne é forte e a oferta de gado é ampla.

Embora a Marfrig venda 85% de sua produção nos EUA a clientes locais, que exigem melhor qualidade e pagam preços mais altos do que os chineses (Imagem: Divulgação/Marfrig)

Miron espera repetir os fortes resultados este ano, já que a demanda da China deve continuar beneficiando as margens, não apenas no hemisfério sul, mas agora também nos EUA, disse.

Embora a Marfrig venda 85% de sua produção nos EUA a clientes locais, que exigem melhor qualidade e pagam preços mais altos do que os chineses, a empresa espera se beneficiar da maior demanda da China por carne bovina dos EUA.

Outros produtores norte-americanos devem vender para a China em detrimento do mercado local, por isso os preços devem subir de forma generalizada e favorecer toda a indústria, disse Miron.

A fase um do acordo comercial entre China e EUA promete remover um importante obstáculo ao comércio de carne bovina entre os dois países.

A China concordou em flexibilizar exigências sobre o uso de hormônios. Até então, a maior parte da carne norte-americana não podia ser exportada para a China porque não estava de acordo com os parâmetros chineses.

A demanda por carne norte-americana também pode aumentar diante da esperada queda nas exportações da Austrália, onde incêndios afetam o rebanho bovino, para os EUA. Isso também pode contribuir para margens mais altas nos EUA, responsável por cerca de 70% da receita da Marfrig.