Consumo

China deve comprar menos carne suína após importações recordes

08 dez 2020, 10:16 - atualizado em 08 dez 2020, 10:16
Suínos carne china
As compras internacionais de carne suína e vísceras podem cair para 3,5 milhões de toneladas em 2021 (Imagem: China Daily via REUTERS)

As importações de carne suína pela China, maior consumidor mundial, podem cair até 30% no ano que vem em meio à recuperação acima das expectativas do plantel de suínos do país após a peste suína africana, disse na terça-feira Pan Chenjun, analista sênior de pecuária do Rabobank.

As compras internacionais de carne suína e vísceras podem cair para 3,5 milhões de toneladas em 2021, disse Pan, em relação ao recorde de mais de 5 milhões de toneladas neste ano, quando a China respondeu por quase metade do comércio global da carne.

O país ainda seria o maior importador mundial com esse volume. A estimativa de Pan é próxima da previsão do Ministério do Comércio, que indica queda das importações para 3 milhões de toneladas em 2021.

O menor volume deve trazer desafios para fornecedores estrangeiros, que serão obrigados a buscar mercados alternativos, disse Pan em conferência de imprensa online em Pequim. A Europa é o principal fornecedor da China, seguida pelos EUA e Brasil.

As compras de carne suína da China em outubro caíram para o menor nível desde fevereiro, pois testes rigorosos e procedimentos de desinfecção para a Covid-19 reduziram as importações. Os protocolos foram implementados para amenizar preocupações com a segurança alimentar, após relatos de remessas de alimentos congelados contaminados.

Pan também espera queda das compras de aves. Mas, segundo ela, as importações de carne bovina provavelmente permanecerão fortes devido ao crescimento limitado da produção doméstica, juntamente com o aumento do consumo, principalmente em casa por meio de compras online.

E as importações de carne vermelha podem aumentar em mais de 20% no próximo ano se a China permitir o uso do aditivo de crescimento ractopamina, amplamente usado na pecuária dos EUA, incluindo gado, disse. A China ainda avalia o ingrediente para ração, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.

Se os produtores puderem controlar a peste suína africana durante o inverno, a produção da China pode aumentar pelo menos 10% em relação aos níveis deste ano, com recuperação total do número de suínos em 2023 ou 2024, disse Pan.

Lucros recordes com reprodução levaram a uma forte expansão em fazendas grandes e pequenas este ano, embora os preços domésticos da carne suína devam permanecer elevados em 2021, disse.

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