China deve anunciar maior abertura ao exterior nas Duas Sessões
A China deve reforçar a abertura do seu mercado interno para as empresas estrangeiras, durante a reunião de política anual, conhecida como as Duas Sessões, que acontece em Pequim nesta semana. Esse compromisso com o exterior faz parte da política do governo chinês de priorizar a expansão de seu mercado doméstico.
Embora haja alguma desconfiança, com a opinião pública internacional dizendo que a China está em autoisolamento, a segunda maior economia do mundo reitera seu interesse em impulsionar o investimento estrangeiro direito, apesar da crescente onda de desglobalização e protecionismo.
Aos olhos dos chineses, uma abertura ao exterior é necessária para garantir a segurança nacional e oportunidades para negócios globais.
O presidente chinês Xi Jinping enfatizou que “tornar o consumo doméstico como o pilar da economia não visa, de forma alguma, um desenvolvimento à porta fechada”.
Em vez disso, visa conectar um mercado interno mais forte, aproveitando o potencial da demanda interna, com um mercado externo robusto, capitalizando melhor os recursos de ambos e alcançando um desenvolvimento mais sustentável.
Trata-se de uma campanha para “abrir as mentes locais” através de uma abordagem inovadora que se opõe ao protecionismo chinês e a discriminação contra empresas estrangeiras. Mas é importante ressaltar: a China não está se abrindo ainda mais como uma forma de se curvar à pressão externa, mas sim porque uma maior abertura é boa para a própria economia chinesa.
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China: O que esperar das Duas Sessões
A China deve anunciar uma expansão da abertura através de novas regras, regulamentos e medidas, que criem um padrão de gestão capaz de facilitar o acesso ao mercado interno e nivelar o jogo entre as empresas estrangeiras e locais, abrindo o campo para que todas possam desfrutar um melhor ambiente de negócios.
Com isso, a China pretende criar “um ambiente de negócio de alto nível orientado para o mercado, baseado na lei e no padrão internacional”. Afinal, não se pode ignorar o sentimento dos investidores estrangeiros, diante de tantas incertezas em relação à economia interna, em meio aos problemas no setor imobiliário e à dívida local excessiva. Tanto que o Investimento Direto Estrangeiro na China em 2023 foi menor que em 2022.
Porém, as lideranças chinesas expressam otimismo em relação ao futuro. Para tanto, o governo chinês emitiu mais de duas dezenas de novas diretrizes para atrair mais capital global e otimizar ainda mais o ambiente de negócios do país para as corporações multinacionais.
As disposições incluem incentivar investidores estrangeiros a estabelecer grandes projetos de inovação científica, trazendo novas tecnologias e conhecimento; garantir a igualdade de tratamento entre empresas estrangeiras e nacionais; permitir um acesso conveniente e seguro a mecanismos para fluxos de dados; capacitar as empresas estrangeiras a envolver-se plenamente nas ofertas governamentais; além de um apoio fiscal mais forte através de incentivos.
Assim, ganham as empresas e os consumidores chineses devido ao aumento da concorrência e de produtos melhores a preços atrativos; e ganham também as empresas estrangeiras, com o acesso a uma classe média que deve chegar a 800 milhões de pessoas em breve.
Por isso, a China diz que “a próxima China” será esta China.