Moedas

China deve afrouxar política monetária apesar da queda do yuan

06 set 2022, 7:39 - atualizado em 06 set 2022, 7:39
Banco Central da China
O BC chinês diminuiu a exigência de reservas em moeda estrangeira das instituições financeiras na segunda-feira, e na terça estabeleceu uma taxa de câmbio de referência mais forte do que o esperado pelo 10º dia consecutivo (Imagem: Bloomberg)

A desvalorização do yuan para perto de 7 por dólar provavelmente não impedirá que o banco central da China afrouxe a política monetária para estimular a economia, segundo analistas, embora o momento e as ferramentas que usará estejam em questão.

Ações recentes do Banco Popular da China para defender a moeda sugerem que as autoridades chinesas estão mais preocupadas com a queda do yuan.

O BC chinês diminuiu a exigência de reservas em moeda estrangeira das instituições financeiras na segunda-feira, e na terça estabeleceu uma taxa de câmbio de referência mais forte do que o esperado pelo 10º dia consecutivo.

Mesmo assim, economistas dizem que as medidas mais recentes não devem impedir que a China continue a flexibilizar sua política monetária — incluindo corte do depósito compulsório dos bancos, redução de juros ou expansão do uso de mecanismos estruturais. A economia ainda precisa de mais apoio do banco central, argumentam, e o crescimento deve se desacelerar para apenas 3,5% este ano. Vários riscos, desde surtos de Covid a uma crise imobiliária, continuam a pesar nas perspectivas.

O fato de o BC chinês enviar um sinal de que quer uma moeda mais estável não significa que esteja com as mãos atadas para agir, disseram analistas da Tianfeng Securities liderados por Sun Binbin em nota. “O banco central ainda precisa manter uma postura de flexibilização”, já que a recuperação da economia está fraca, o crescimento do crédito continua lento e os surtos de vírus ainda estão se espalhando, disseram eles.

O banco central adotou uma abordagem de estímulo mais contida este ano, em parte porque busca um equilíbrio difícil entre vários objetivos: sustentar o crescimento, manter uma moeda estável, prevenir inflação alta e evitar riscos de dívida.

A autoridade monetária cortou suas principais taxas de juros em uma decisão inesperada no mês passado, um sinal de sua urgência em reduzir os custos de empréstimos e aumentar a confiança, especialmente entre os compradores de imóveis. Os cortes de juros foram implementados apesar da queda de 6,6% do yuan em relação ao dólar desde o início do ano até então.

A postura hawkish do Federal Reserve para conter a inflação impulsionou o dólar e enfraqueceu as moedas de muitos países.

O diferencial de juros entre China e EUA ficou negativo, tornando os títulos chineses menos atraentes para investidores estrangeiros, que reduziram suas participações em títulos chineses para 3,6 trilhões de yuans até o final de julho, ante 4,1 trilhões no final do ano passado.

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