Internacional

China determina meta modesta para crescimento do PIB e promete mais empregos

05 mar 2021, 7:50 - atualizado em 05 mar 2021, 7:50
Em 2020, a China descartou a meta de crescimento do Produto Interno Bruto pela primeira vez desde 2002 depois que a pandemia devastou sua economia (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

A China determinou nesta sexta-feira uma meta modesta para o crescimento econômico anual, de mais de 6%, e prometeu criar mais empregos em cidades do que no ano passado, conforme planeja uma trajetória cautelosa para sair de um ano prejudicado pela Covid-19.

Em 2020, a China descartou a meta de crescimento do Produto Interno Bruto pela primeira vez desde 2002 depois que a pandemia devastou sua economia.

O PIB da China cresceu apenas 2,3% no ano passado, ritmo mais fraco em 44 anos mas que fez do país a única grande economia a ter expansão.

“Como meta geral, a taxa de crescimento da China foi determinada em mais de 6% para este ano”, disse o primeiro-ministro, Li Keqiang, em seu relatório de trabalho de 2021.

O PIB da China cresceu apenas 2,3% no ano passado, ritmo mais fraco em 44 anos mas que fez do país a única grande economia a ter expansão (Imagem: China Daily via REUTERS)

“Ao determinar essa meta, levamos em consideração a recuperação da atividade econômica.”

Mas o objetivo para 2021 ficou significativamente abaixo do consenso de analistas, que esperam que o crescimento possa superar 8% este ano.

A meta conservadora de crescimento do país reflete um esforço público para demonstrar retorno à estabilidade econômica depois dos problemas causados no ano passado pela Covid-19, disseram assessores, ao mesmo tempo em que mantém um limite ao apetite por dívida e risco.

“É óbvio que o crescimento deste ano ficará acima de 6%. O objetivo é dizer às pessoas que devemos focar em crescimento de maior qualidade”, disse à Reuters Yao Jingyuan, assessor do gabinete da China.

Embora a meta baixa de PIB não signifique que o governo vai correr para apertar a política monetária, com muitas partes da economia ainda em dificuldades, ela dará aos planejadores mais espaço para buscar reformas.

Li prometeu incentivar o consumo doméstico e a inovação, como parte de um plano para reduzir a dependência dos mercados e tecnologia externos para desenvolvimento de longo prazo.

Assim, a China planeja aumentar os gastos anuais com pesquisa e desenvolvimento em mais de 7% a cada ano até 2025.

Em 2021, a China buscará criar mais de 11 milhões de novos empregos urbanos, disse Li em seu relatório entregue na abertura da reunião do Parlamento deste ano, contra meta do ano passado de mais de 9 milhões.