China cria fundo de US$ 29 bilhões para disparar setor de chips; menos submissão aos EUA
A China criou uma fundo de US$ 29 bilhões para investir no setor de semicondutores, avançando em seu objetivo de reduzir a dependência da tecnologia dos Estados Unidos.
A China é o maior importador de chips do mundo e o longamente esperado fundo de 204 bilhões de yuans (US$ 28,9 bilhões) impulsionará os esforços de Pequim para desenvolver sua própria cadeia de suprimentos de semicondutores, do design de chips à fabricação.
O fundo também terá um papel fundamental na orientação da estratégia geral e do investimento no setor de circuitos integrados, que inclui processadores e chips de armazenamento usados em smartphones e datacenters.
O esforço de Pequim para reduzir sua dependência de chips dos EUA ganha maior urgência à medida que o governo Trump inclui mais empresas chineses à sua lista negra de exportações, cortando o fornecimento de chips para empresas na mira dos EUA, como Huawei Technologies e SenseTime Group.
O capital registrado do fundo provém principalmente de organizações estatais, de acordo com informações de registro, publicadas on-line em 22 de outubro.
O Ministério das Finanças da China injetou 22,5 bilhões de yuans, enquanto um braço de investimentos do Banco de Desenvolvimento da China destinou 22 bilhões de yuans. O fundo também atraiu investimentos de governos locais e empresas estatais, incluindo a China Tobacco, segundo as informações de registro.
A China criou seu primeiro fundo de circuito integrado liderado pelo estado em 2014 para apoiar as principais iniciativas de fabricação de semicondutores, como uma fábrica de chips de memória da Tsinghua Unigroup, orçada em bilhões de dólares, na cidade central de Wuhan.
Pequim tenta reduzir a dependência de importações de semicondutores, que somam cerca de US$ 200 bilhões anualmente. A China teme que essa dependência comprometa a segurança nacional e dificulte o desenvolvimento de seu setor de tecnologia em expansão.
O país prevê gastar centenas de bilhões de dólares para alcançar uma posição de destaque na indústria de semicondutores – algo que executivos de tecnologia dos EUA e autoridades do governo alertam que poderiam prejudicar os interesses americanos.