Giro do Mercado

China contra-ataca EUA e guerra comercial escala; analista comenta possível mudança na ordem econômica global

09 abr 2025, 14:16 - atualizado em 09 abr 2025, 14:16

Os mercados globais seguem profundamente afetados pela escalada da guerra comercial, após o tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No vai e vem de retaliações, a China ganhou uma taxa de 104% sobre produtos exportados para os EUA e contra-atacaram as medidas, com uma nova cobrança de tributação sobre importações americanas que já chega a 84%.

Para o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, o momento atual pode representar uma ruptura do cenário base dos últimos anos. “Já tem muita gente falando em uma mudança na dinâmica internacional, com o possível fim da ordem liderada pelos EUA”, afirmou Spiess, em entrevista ao Giro do Mercado desta quarta-feira (9).

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O economista comenta que a estrutura econômica global foi de certa forma liderada pelos EUA, sobretudo desde o pós-guerra, com os acordos de Bretton Woods em 1944. Segundo Spiess, não há precedentes históricos para o choque tarifário promovido por Trump.

“A maneira como as tarifas foram construídas não tem a ver com reciprocidade. A base delas é um cálculo de déficit comercial bilateral com os EUA, dividido pela importação. Países como Austrália e Brasil, com os quais os EUA têm superávit, foram taxados em 10%”, afirmou o analista.

Spiess ressalta que as medidas reduziram amplamente a credibilidade dos EUA, tradicionalmente vistos como uma economia segura para investimentos. Com isso, o país enfrenta nos últimos dias a venda de títulos públicos e a retirada de capital das bolsas de valores.

De acordo com o analista, a discussão sobre promover alterações tarifárias nas negociações com a China já era prevista para ocorrer, mas não de forma abrupta. Spiess diz acreditar que o congresso americano pode agir de alguma forma, barrando as medidas de Trump, mas não deve ser uma tarefa simples.

O especialista ainda comentou sobre os efeitos da guerra comercial no Brasil, com a disparada do dólar. Para acompanhar o programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no youtube.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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