China confisca US$ 4,2 bilhões em cripto do famoso esquema de pirâmide PlusToken
Criptoativos equivalentes a mais de US$ 4,2 bilhões foram confiscados pela polícia chinesa em uma grande medida repressiva contra o famoso esquema ponzi PlusToken, segundo um novo documento do tribunal.
Em um julgamento da quinta-feira passada (19) que veio a público ontem (26), o Tribunal Intermediário do Povo de Jiangsu Yancheng finalmente deu detalhes sobre todos os criptoativos confiscados pela polícia chinesa, relacionados ao caso PlusToken.
Um total de 194.775 BTC, 833.083 ETH, 1,4 milhões de LTC, 27,6 milhões de EOS, 74.167 DASH, 487 milhões de XRP, 6 bilhões de DOGE, 79.581 BCH e 213.724 USDT foi confiscado de sete acusados pelas autoridades chinesas durante a medida repressiva.
Esses ativos, a preços atuais, equivalem a mais de US$ 4,2 bilhões.
Como parte da decisão, o tribunal disse que “as criptomoedas confiscadas serão processadas em conformidade com a lei, e os lucros e ganhos serão redirecionados à tesouraria nacional”.
Porém, o Tribunal de Yancheng não deu detalhes de quantos criptoativos confiscados foram ou serão “processados” ou qual método irá utilizar.
O processo criminal do PlusToken havia sido iniciado em 22 de setembro por um tribunal distrital menor da cidade de Yancheng, na província chinesa de Jiangsu.
Na época, jornais locais noticiaram que as grandes mentes por trás do esquema Ponzi de cripto fraudaram mais de dois milhões pessoas, roubando mais de 50 bilhões de yuans (US$ 7,6 bilhões).
Detalhes do julgamento inicial não foram divulgados, pois grande parte dos acusados enviou um pedido para uma corte de apelação.
O Tribunal de Yancheng negou as apelações e se uniu ao tribunal distrital no julgamento final de 19 de novembro, divulgando detalhes relacionados ao crime.
De acordo com a decisão mais recente, a operação da PlusToken começou em maio de 2018, promovendo uma falsa plataforma de negociação de arbitragem cripto.
Prometia aos usuários rendimentos diários atrativos, mas exigia que depositassem pelo menos US$ 500 em criptoativos para garantir sua participação.
Entre 6 de abril de 2018 e 27 de junho de 2019, o esquema de pirâmide enganou mais de 2,6 milhões de membros entre 3.293 camadas, afirmou o tribunal.
Durante esse período, o esquema recebeu mais de 314 mil BTC, 117.450 BCH, 96.023 DASH, 11 bilhões DOGE, 1,84 milhão LTC, 9 milhões ETH, 51 milhões EOS e 928 milhões XRP.
A seus menores níveis entre 1º de maio de 2018 e 27 de junho de 2019, esses criptoativos eram equivalentes a mais de 14,8 bilhões de yuans (US$ 2,2 bilhões), afirmou o tribunal. Seriam equivalentes a mais de US$ 11 bilhões a preços atuais.
Até agora, 15 pessoas foram condenadas, segundo o tribunal. Foram condenadas entre dois a 11 anos de prisão, com multas entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão.
Deixando os criptoativos de lado, o tribunal disse que um acusado conseguiu lavar mais de 145 milhões de yuans (US$ 22 milhões) equivalentes a criptoativos.
A polícia identificou o paradeiro de cerca de US$ 19 milhões desses fundos, que foram gastos pelos acusados ou por suas famílias na aquisição de carros de luxo, duas dúzias de imóveis na China, além de apólices de seguro em Hong Kong.
Anteriormente, a polícia chinesa havia ampliado seus esforços, acabando com atividades criminais on-line — algumas também usavam criptomoedas para defraudar vítimas ou lavar o lucro gerado.
Assim, esses acontecimentos resultaram em um amplo problema de congelamento de contas bancárias este ano para os mercados de balcão (OTC) da China e usuários que estão tomando sofrendo com os danos colaterais.