Combustíveis

China comprou 200 mi galões de etanol dos EUA para o 1º semestre, diz ADM

26 jan 2021, 15:58 - atualizado em 26 jan 2021, 15:58
ADM
O aumento das importações está entre os vários sinais positivos para o setor de etanol (Imagem: REUTERS/Karl Plume)

A China adquiriu “cerca de 200 milhões de galões” de etanol dos Estados Unidos para o primeiro semestre de 2021, já igualando o recorde anterior de importações anuais do biocombustível à base de milho, disse o diretor financeiro da Archer Daniels Midland, Ray Young, nesta terça-feira.

O aumento das importações está entre os vários sinais positivos para o setor de etanol, que foi fortemente afetado por anos de excesso de oferta e, mais recentemente, por uma queda acentuada na demanda, diante da redução do consumo de combustíveis causada pela pandemia de coronavírus.

“A China, na verdade, tem comprado etanol dos EUA. Isso é algo que eles não vinham fazendo nos últimos dois anos”, disse Young em uma teleconferência com analistas sobre os resultados da empresa.

“Vemos, principalmente na área de etanol, sinais de recuperação em 2021”, disse ele, após a empresa reportar nesta terça-feira um lucro maior que o esperado no quarto trimestre.

Tradicionalmente, a China não tem sido uma grande importadora de etanol, mas a crescente demanda por combustíveis renováveis e uma safra doméstica de milho uma matéria-prima do biocombustível– abaixo do esperado deram impulso à necessidade de importações.

As importações de 200 milhões de galões superariam o recorde anual de importação da China, de cerca de 198,1 milhões de galões, registrado em 2016, de acordo com dados comerciais do Departamento de Censo dos EUA.

A ADM não revelou se está entre as fornecedoras da China.

A Valero Energy é uma das empresas que vendeu cargas de etanol para a China, segundo dois participantes do mercado norte-americano. A Valero não respondeu de imediato a um pedido por comentários.

Apesar dos sinais positivos, cerca de 10% a 15% da capacidade de produção de etanol dos EUA permanece ociosa devido às margens ruins, incluindo duas fábricas de milho seco de propriedade da ADM. Essas duas usinas, disse Young, podem reiniciar a produção no primeiro semestre deste ano se as margens melhorarem.

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Exportação Recorde

Os EUA devem registrar recorde na exportação de produtos agrícolas durante o primeiro trimestre deste ano, segundo o CEO da ADM, Juan Luciano.

Com isso, a expectativa é que o lucro da companhia seja “significativamente maior” nos três primeiros meses de 2021, puxado pelo segmento de serviços agrícolas e oleaginosas da empresa, devido ao bom ritmo de embarques na América do Norte, e margens positivas para a soja, acrescentou o Ray Young.

Na ponta da demanda, Luciano disse esperar que as importações anuais de milho pela China cresçam para cerca de 25 milhões de toneladas, com a reconstrução do plantel de porcos chinês após um surto de peste suína africana (PSA) que acomete o país desde 2018.

Nesta terça-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) reportou uma venda de 1,36 milhão de toneladas de milho norte-americano para a China, a maior aquisição desde julho.