China, câmbio e frigoríficos: Para onde vão os preços da carne bovina e do boi gordo em 2024?
Na semana passada, traçamos algumas expectativas sobre o que esperar para o mercado da carne bovina e do boi gordo em dezembro.
Dessa forma, ouvimos alguns analistas da Scot Consultoria e da Safras & Mercado sobre o que esperar para o mercado da proteína em 2024 e o que podemos esperar principalmente em termos de preços.
Destacamos as principais questões que devem estar no foco do mercado ao longo de 2024.
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O que esperar para carne bovina em 2024?
Felipe Fabbri, analista de proteína animal na Scot, espera um ano menos pressionado em termos de preços do que de 2023.
“Quanto aos preços, é difícil cravarmos algo. Se ocorrerem altas, elas não devem chegar às máximas vistas no começo de 2023, que ficaram entre R$ 280 e R$ 290 por arroba, e vão depender de outros fatores no meio do caminho como demanda doméstica, exportação, oferta de boiadas”, explica.
Segundo Fabbri, o descarte de matrizes deve se manter elevado, mas a reposição deve dar sinais de recuperação.
“A safra de 2024 refletirá a estação de monta de 2022, primeiro ano de descarte de matrizes no país. Com isso, a reposição deve começar a dar sinais de aumento nos preços de forma mais intensa antes dos preços do boi gordo”, diz.
Por outro lado, na avaliação de Fernando Iglesias da Safras, 2024 será um ano de transição, com preços do boi gordo um pouco mais elevados.
“Não vamos ver um descarte tão agressivo, mas de qualquer forma, haverá um bom volume disponibilizado para abate, com uma queda de apenas 1%, algo pouco expressivo”, avalia.
E as exportações no ano que vem?
Para o especialista da Scot, 2024 será um ano ainda melhor em termos de exportação e demanda externa do que 2023, ainda que fique abaixo do recorde visto em 2022.
Do lado da oferta, a expectativa é de que a produção de carne bovina no país seja maior do que 2023.
“Nesse aspecto, não vejo cenário para altas expressivas em termos de preços pagos pela carne bovina exportada no próximo ano. Claro, há outros fatores como o dólar, expectativa de crescimento de China, possibilidade de abertura de mercados que podem influenciar, no entanto, olhando apenas para essas variáveis que citei, não vejo isso ocorrendo”, finaliza Fabbri.
De acordo com Iglesias, a notícia positiva fica por conta da China priorizando a compra de carne bovina do Brasil.
“Temos a possibilidade, agora em dezembro, de 18 frigoríficos brasileiros serem habilitados para exportação à China, sendo 12 deles de carne bovina, um indicativo importante de que podemos ser prioridade para os asiáticos. Para vermos melhores preços pagos por eles, devemos que esperar uma recuperação do Yuan”, discorre.
Além disso, o real caminha para uma desvalorização em 2024, segundo Iglesias, o que deve elevar a competitividade das exportações do Brasil.