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China calibra economia via construção civil e hipoteca garantia de importações de alimentos

20 maio 2022, 10:48 - atualizado em 20 maio 2022, 11:02
Covid-19 Xangai, China
Pequim dá estímulo ao setor imobiliário para impulsionar toda a economia

A reanimação que a China está dando à sua economia, com os cortes em taxas de empréstimos imobiliários, é um importante ânimo para todos os setores, incluindo as importações de alimentos. No mínimo hipoteca garantia de que não haverá reduções significativas.

Há correntes que defendem que a política de segurança alimentar do país sempre ficaria de fora dos desequilíbrios que pudessem vir a ocorrer, tal qual a nova onda da covid está gerando com as restrições vindas pelo lockdown, portanto as portentosas necessidades de abastecimento externo da China não sofreriam reflexos.

Mas é impossível que isso não aconteça, de certo modo, depois que os dados do varejo e a da indústria, em abril, mostraram recuos acentuados. Cada um deles, respectivamente, tiveram quedas de quase 12% e pouco mais de 2%.

Em carnes bovinas os dados de exportações brasileiras nas duas primeiras semanas de maio mostraram baixas sobre o mês passado, apesar de 30% acima sobre o mesmo período de maio de 2021.

Para este ano, por exemplo, o programa de Pequim havia definido um crescimento mais modesto, entre 5% e 6%, em tentativa de dar maior qualidade à economia, buscando metas para diminuir a poluição, com a consolidação de alguns parques industriais. Entre eles, de fertilizantes e defensivos.

Ao mesmo tempo, evitar crescimento desordenado de setores que causassem problemas estruturais, como ocorreu com o imobiliário após a insolvência de construtora e incorporadora Evergrande e que contaminou a economia.

Em entrevista a Money Times, em 2021, a coordenadora do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco (BBDC4) e membro do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), disse que o “pouso forçado” chinês não implicaria em temores às importações de soja e carnes, entre outros. Mas que o governo teria meios para calibragem, caso algo não desse certo, especialmente no ano em que o presidente Xi Jinping deverá emplacar mais um mandato.

A calibragem dada com a redução da taxa referencial de empréstimo (LPR, de 4,60% para 4,45%) veio para estender o efeito cascata sobre todas as atividades que, tradicionalmente, a construção oferece no mundo inteiro.

O governo sentiu que o impacto das restrições e as incertezas sobre a propagação da doença foram maiores do que imaginava, alcançando vastas e importantes regiões, e sob temor de que o cenário pudesse demorar mais para melhorar mesmo que haja sucesso mais rápido no controle da pandemia.

 

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