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China avança em pesquisa de proteína sintética para alimentar criações

01 nov 2021, 11:35 - atualizado em 01 nov 2021, 12:08
Suinos
Ao menos 10 outras startups de todo o mundo também estão usando a biologia sintética para criar ração animal (Imagem: REUTERS/Dominique Patton)

Pesquisadores chineses dizem ter descoberto uma maneira de produzir uma proteína para alimentar criações com monóxido de carbono, o que está sendo louvado como um avanço que poderia ajudar a diminuir a dependência do país dos grandes volumes de soja importada.

A China é, de longe, a maior compradora mundial de soja, importando cerca de 100 milhões de toneladas por ano para transformá-la em ração rica em proteína para criações de porcos e aves.

Mas uma porção desta soja um dia pode ser substituída por proteína sintética.

O Instituto de Pesquisa de Ração da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (Caas) diz que trabalha com a Tecnologia Biológica Shoulang de Pequim para acelerar um processo de fermentação de gás de forma a criar uma proteína de célula única que poderia alimentar os animais, de acordo com um relatório publicado no domingo em um site aos cuidados do Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais.

A equipe começa a operar uma instalação na província de Hebei, no norte chinês, para transformar um gás de produção de aço em cinco mil toneladas de proteína por ano, segundo o estatal Diário do Povo.

A proteína produzida foi aprovada pelo Ministério da Agricultura como ração para os animais, segundo o relatório. Não foram divulgados detalhes sobre os custos de produção.

Ao menos 10 outras startups de todo o mundo também estão usando a biologia sintética para criar ração animal empregando gases de queima como matéria-prima para bactérias ou outros microrganismos ricos em proteínas.

Entre estas se encontra a britânica Deep Branch, que almeja transformar o dióxido de carbono emitido por uma usina elétrica em proteína para peixes e aves.

Sediada nos Estados Unidos, a Calysta tem uma parceria com a gigante agrícola Cargill para uma usina de produção de proteína de célula única de 200 mil toneladas no Tennessee.

Os esforços chineses poderiam ser uma solução para a “dependência externa excessiva de proteína para ração, uma das maiores limitações da agricultura da China”, disse o tabloide de apoio estatal Global Times.