Internacional

China assina acordo de US$ 8 bi para construir usina nuclear na Argentina

02 fev 2022, 12:03 - atualizado em 02 fev 2022, 12:03
Alberto Fernandez
A CNNC disse em sua conta WeChat na terça-feira que assinou um contrato de engenharia, aquisição e construção, que antecede a viagem do presidente argentino Alberto Fernandez à China (Imagem: Gabriel Bouys/Pool via Reuters)

A estatal China National Nuclear Corp (CNNC) assinou um contrato na Argentina para construir a usina nuclear Atucha III, de 8 bilhões de dólares, usando a tecnologia chinesa Hualong One, reativando um acordo que estava parado há anos.

A CNNC disse em sua conta WeChat na terça-feira que assinou um contrato de engenharia, aquisição e construção (EPC), que antecede a viagem do presidente argentino Alberto Fernandez à China no final desta semana.

O progresso para um acordo nuclear entre os dois países estava estagnado desde que foi negociado pela primeira vez pelo governo da ex-presidente Cristina Fernandez, que deixou o cargo em 2015. Ela agora é a vice-presidente da Argentina.

O governo argentino disse em comunicado que o projeto de construção “envolve um investimento de mais de 8 bilhões de dólares” para engenharia, construção, aquisição, comissionamento e entrega de um reator do tipo HPR-1000.

“Atucha III terá uma potência bruta de 1.200 MW e uma vida útil inicial de 60 anos, e permitirá a expansão das capacidades nucleares nacionais”, informou, adiantando que a construção está prevista para começar no final deste ano.

Os detalhes do financiamento do negócio da usina nuclear não estavam disponíveis. O reator será instalado na cidade de Lima, na província de Buenos Aires.

A China desenvolveu o Hualong One, a terceira geração de uma tecnologia de reator nuclear, para rivalizar com o AP1000 desenvolvido pela Westinghouse e com a tecnologia EPR (Reator Pressurizado Evolutivo) da Europa.

A China começou a operar seu próprio reator Hualong One na província de Fujian, no sudeste da China. O projeto da Argentina será o segundo local no exterior usando a tecnologia Hualong One depois do Paquistão.