China ainda permanece com incertezas sobre compra de produtos agrícolas dos EUA
Apesar do comprometimento da China na compra de US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA ao longo dos próximos anos, dúvidas permanecem em relação ao timing e sobre o que Washington poderá oferecer em troca, conforme apurado pela reportagem do The Wall Street Journal.
Para oficiais chineses, o volume de US$ 50 bilhões não condiz com a demanda real do país asiático e é abaixo da média histórica importada por Pequim.
Como exemplo, o maior patamar da série histórica aponta para importações da China perto de US$ 29 bilhões em 2013, caindo para US$ 24 bilhões em 2017 antes do início da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Incertezas
A pressão atual da China é para os EUA retirarem a ameaça de imposição de tarifas de 15% sobre US$ 156 bilhões de bens de consumo, a se iniciarem em 15 de dezembro.
Como contraparte, Pequim poderá utilizar a compra de produtos agrícolas como fator de negociação, afetando a base eleitoral do presidente Donald Trump.
John Frisbie, diretor da Hills & Company e ex-presidente do U.S.-China Business Council, diz que “incertezas ainda permanecem no radar” em relação a se houve ou não a primeira fase do acordo.
Já Wendy Cutler, vice-presidente da Asia Society Policy Institute e ex-oficial da divisão da Ásia do Departamento de Comércio dos EUA, acredita que “existem muitos fatos que podem ocorrer nas próximas semanas para minar” a expectativa de US$ 50 bilhões.
Prevenção
Paralelamente, a Huawei está atualmente mudando a função de executivos com ligação aos EUA com receio de que possam ser cooptados por agentes norte-americanos, de acordo com a reportagem do Nikkei Asian Review.
A maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo também reforçou o sistema de segurança em suas fábricas e escritórios dentro do território chinês e ao redor do mundo.
“Parte da razão pela qual alguns executivos norte-americanos deixaram a Huawei é que a empresa chinesa está preocupada em torno de contato de funcionários pela inteligência norte-americana”, afirmou uma das fontes ao periódico japonês.