China agirá se flutuações no câmbio se tornarem grandes demais
A China implementará medidas anticíclicas em momento apropriado se o aperto das políticas monetárias pelas principais economias mundiais levar a flutuações do mercado de câmbio a se tornar grandes demais, disse a instituição reguladora do mercado de câmbio do país nesta sexta-feira.
Wang Chunying, porta-voz da Administração Estatal de Câmbio (SAFE, na sigla em inglês), disse que “se o mercado de câmbio internacional enfrentar flutuações relativamente grandes, (os reguladores) implementarão ajustes anticíclicos no momento apropriado”.
Ela afirmou que o regulador prestará muita atenção às pressões inflacionárias nos Estados Unidos e ao ritmo de aperto da política monetária pelo Federal Reserve, a fim de fazer ajustes proativos para orientar as expectativas do mercado e manter a estabilidade do mercado de câmbio.
“Os mercados precificaram totalmente o ritmo do (plano) do Fed de reduzir as compras de ativos, e os riscos de isso provocar turbulências nos mercados globais no curto prazo são controláveis”, disse Wang.
A mudança na política monetária dos bancos centrais globais não alterará a condição amplamente estável do balanço de pagamentos da China ou a tendência do Yuan, acrescentou ela.
A recente valorização da moeda chinesa –que ultrapassou um limite importante de 6,4 Yuanes por dólar, indo a uma máxima em quatro meses nesta semana– foi normal e impulsionada pelas forças do mercado, disse o regulador.
“O Yuan se moveu em ambas as direções e apresentou volatilidade bidirecional neste ano e, em geral, permaneceu estável”, disse Wang.
“A taxa de câmbio do Yuan continuará a depender da situação econômica interna e externa, do balanço de pagamentos e das mudanças nos mercados cambiais globais”, disse Wang, acrescentando que a persistente valorização ou depreciação da divisa seria improvável.
O Yuan também subiu recentemente para seus níveis mais fortes em seis anos em relação às moedas dos parceiros comerciais da China, e investidores ficaram incertos com a falta de intervenção e a aparente despreocupação das autoridades.
No passado, o regulador cambial fez ajustes ao fator anticíclico na fórmula de fixação do ponto médio do Yuan, o coeficiente de reserva cambial dos bancos e o coeficiente de reserva de risco cambial para contratos futuros para conter qualquer aposta unilateral de força do Yuan.
No fim de maio, o banco central da China elevou a alíquota do compulsório de reserva cambial para instituições financeiras de 5% para 7%, com participantes do mercado interpretando a medida como uma tentativa de conter os ganhos da moeda chinesa.