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China afirma que população é livre para negociar bitcoin “por sua conta e risco”

03 jun 2021, 14:11 - atualizado em 03 jun 2021, 14:11
Jornais estatais querem “abrir os olhos” de sua população sobre as terríveis desvantagens do mercado volátil e arriscado das criptomoedas (Imagem: Pixabay/RABAUZ)

Após uma grande menção sobre a possível repressão à negociação e mineração de bitcoin (BTC), porta-vozes do governo chinês agora publicaram uma série de relatórios que criticam os mercados cripto.

Grande parte das críticas da Agência de Notícias de Xinhua e da Televisão Central da China (CCT) focaram em contar à audiência sobre a “desenfreada” manipulação de mercado, citando exemplos anedóticos. É uma tentativa de dissuadir o público chinês de negociar criptomoedas.

Em seu artigo mais recente nesta quinta-feira (3), Xinhua até deu detalhes dos motivos pelos quais está “atacando” o mercado cripto.

Apesar de os porta-vozes do governo recomendarem que o público fique longe dos mercados arriscados e voláteis de criptomoedas, para garantir sua segurança financeira, admite que o estado também não considera a negociação de criptomoedas algo necessariamente ilegal.

“Se moedas virtuais, como o bitcoin, são tratadas como commodities virtuais que podem ser compradas e vendidas, então o público geral tem a liberdade de participar no comércio por sua conta e risco”, afirmou Xinhua no relatório.

Porém, disse que continuará expondo projetos ou plataformas que atraem investidores do varejo ao promoverem criptomoedas como investimentos especulativos que podem enriquecer pessoas da noite para o dia.

A Televisão Central da China também publicou um vídeo nessa quarta-feira (2), em uma tentativa de educar o público sobre quão fácil é criar tokens em blockchain “do nada” e como diversos tipos de esquemas usam tais métodos para fraudar ingênuos investidores do varejo.

As mensagens contraditórias dos jornais estatais refletem a complicada postura da China em relação à indústria cripto.

Embora não haja uma lei específica que considera a venda, compra ou posse de criptoativos como crime, o Estado geralmente não quer que o público se envolva com os mercados cripto. É por isso que restringiu os serviços intermediários que atuam como “on-ramps” (que convertem fiduciárias em criptomoedas).

Na grande alteração de suas políticas em 2017, o Banco do Povo da China (PBoC) demandou que instituições financeiras e fornecedores de pagamentos não bancários parassem de atender clientes que negociassem cripto. Em seguida, a proibição eliminou canais on-ramp de corretoras cripto chinesas.

Desde então, investidores chineses de cripto dependem de mesas de mercado de balcão (OTC) para converter seu dinheiro. Essa tarefa se tornou mais complicada e arriscada desde 2020.

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