China aceita visita de diretora de direitos humanos da ONU a Xinjiang após Jogos de Inverno, diz jornal
A China aceitou a visita da diretora de direitos humanos da ONU a Xinjiang após os Jogos de Inverno de Pequim, afirmou o jornal South China Morning Post, citando fontes não identificadas, mas ativistas e um diplomata ocidental expressaram dúvidas após anos de negociações paralisadas.
Grupos de direitos humanos acusam a China de abusos generalizados contra muçulmanos Uighures e outros grupos de minorias na região de Xinjiang, no oeste do país, incluindo detenções em massa, tortura, e trabalhos forçados. Os Estados Unidos já acusaram a China de genocídio.
Pequim nega as alegações de abuso de uighures e de outros muçulmanos turcos e descreveu as políticas como necessárias para combater o extremismo religioso.
O jornal disse que a aprovação para a visita de Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para os direitos humanos, após a finalização dos Jogos em 20 de fevereiro, foi concedida sob condição de que a visita deve ser “amistosa” e não enquadrada como uma investigação.
Pequim havia pedido ao gabinete de Bachelet que não publicasse um relatório sobre a situação em Xinjiang, afirmou o jornal na quinta-feira.
O gabinete de Bachelet, que tem buscado negociações com a China para uma visita desde setembro de 2018, não respondeu imediatamente a um pedido por comentários.
Um diplomata ocidental colocou a reportagem do jornal em dúvida, dizendo que a China e Bachelet vem discutindo uma visita há anos e ainda não tinham concordado sobre os termos de referência, que, do lado de Bachelet, incluem acesso sem restrições às pessoas de sua escolha.