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Chile vai focar emissões de títulos em moeda local em 2020

12 maio 2020, 10:03 - atualizado em 12 maio 2020, 10:03
Chile
O Tesouro do Chile vendeu US$ 2 bilhões em títulos denominados em euro e em dólar na semana passada e emitiu US$ 3,3 bilhões em títulos verdes no fim de janeiro (Imagem: Pixabay)

O governo do Chile planeja se concentrar nas vendas de títulos locais ao longo de 2020, após uma série de emissões em moeda estrangeira no início do ano, enquanto busca financiar estímulos fiscais.

Com as emissões externas dentro da meta de atingir 40% do total neste ano, o dobro do percentual normal, o governo agora vai se concentrar na dívida em moeda local, disse em entrevista. Andrés Pérez, coordenador internacional de finanças do Ministério da Fazenda do Chile.

O Tesouro do Chile vendeu US$ 2 bilhões em títulos denominados em euro e em dólar na semana passada e emitiu US$ 3,3 bilhões em títulos verdes no fim de janeiro.

O governo inicialmente planejava levantar US$ 9 bilhões em dívida nova em 2020, mas aumentou o volume para US$ 12,7 bilhões com o objetivo de combater os efeitos da crise de coronavírus.

O governo planeja gastar cerca de 7% do PIB, ou US$ 17 bilhões, para combater a maior desaceleração econômica desde o início da década de 1980.

O país prevê que os gastos extras elevarão a dívida para 40% do PIB em 2024 em relação aos 27% no ano passado.

A S&P Global Ratings e a Fitch reduziram a perspectiva do Chile para negativa no mês passado devido ao aumento dos níveis de dívida e desaceleração do crescimento.

“As agências de crédito valorizam a velocidade com a qual o Chile anunciou planos fiscais e que fomos capazes de implementá-los usando o atual quadro jurídico”, disse Pérez sobre a possibilidade de rebaixamentos da nota de crédito.

O Tesouro também pode considerar vender títulos em pesos para investidores internacionais por meio de processos de bookbuilding, ou seja, com precificação no mercado.

O Tesouro planeja emitir US$ 4,4 bilhões a mais neste trimestre em títulos de 5 anos, bem como de 6 meses e 12 meses. O governo não forneceu um cronograma para outros US$ 2,6 bilhões em vendas de títulos depois disso, nem a duração da dívida.

“Em junho, anunciaremos nossos planos para o terceiro trimestre, quando houver mais clareza”, disse Pérez. “Vamos emitir quantias consideráveis com vencimentos mais curtos.”