Economia

Chile seguirá com consolidação fiscal, diz ministro das Finanças

12 dez 2022, 9:21 - atualizado em 12 dez 2022, 9:21
Mario Marcel
Apesar de uma expectativa de crescimento anual menor do que em 2022, a economia do Chile verá uma tendência ascendente trimestre a trimestre em 2023, disse Mario Marcel (Imagem: Bloomberg)

O governo do Chile pretende continuar com seus esforços de consolidação fiscal no próximo ano, quando prevê que o crescimento econômico começará a acelerar, disse o ministro das Finanças do país em entrevista.

Apesar de uma expectativa de crescimento anual menor do que em 2022, a economia do Chile verá uma tendência ascendente trimestre a trimestre em 2023, disse Mario Marcel em entrevista à Bloomberg Television na segunda-feira.

O governo está focado em reduzir os níveis de endividamento, disse Marcel, que está em Londres para se reunir com investidores globais em uma conferência anual.

“Pretendemos manter o caminho da consolidação fiscal nos próximos três anos para estabilizar a dívida do governo em cerca de 40% do PIB até 2026”, disse Marcel, economista formado pela Universidade de Cambridge que já atuou como presidente do banco central.

O Chile enfrenta os efeitos de uma onda de saques antecipados de planos de aposentadoria no ano passado, que superaqueceram uma das nações mais prósperas da América Latina. O banco central elevou juros para o maior nível em mais de duas décadas, enquanto o novo governo cortou gastos em cerca de 25%.

Marcel disse que o governo espera que qualquer proposta de novos resgates de fundos de pensão seja rejeitada pelo Congresso.

Os preços ao consumidor em novembro subiram ao dobro do ritmo esperado por analistas, informou a agência nacional de estatísticas do Chile na quarta-feira, moderando as apostas do mercado por reduções de juros. Uma hora depois, o banco central elevou as previsões de inflação e também alertou para uma contração econômica mais profunda em 2023.

Confrontado com uma perspectiva econômica difícil no início do próximo ano e baixos índices de aprovação, o governo do presidente Gabriel Boric avalia outra rodada de ajuda focada nos mais vulneráveis, ao mesmo tempo em que mantém gastos sob controle.

O Chile está longe de ser o único mercado emergente que enfrenta riscos de inflação. Os preços ao consumidor subiram muito mais do que o esperado no mês passado em Peru e Colômbia.

Embora a inflação brasileira tenha caído, os planos de gastos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva podem provocar aumentos mais acentuados no custo de vida no próximo ano.

Daqui para frente, o Chile deve se beneficiar com a flexibilização das regras de Covid de seu principal parceiro comercial, a China. Marcel também lidera as reformas tributária e previdenciária, ambas em discussão no Congresso.

O peso se valorizou mais de 5% no mês passado, enquanto os derivativos que protegem contra default, os chamados credit default sawps de cinco anos, caíram em um sinal de que a incerteza está diminuindo.

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