Chile segue otimista sobre preços do cobre em meio à pandemia
Operadores de cobre são bombardeados com fatores que podem guiar os preços no momento – de US$ 1 trilhão em gastos em infraestrutura nos Estados Unidos a uma segunda onda de Covid-19 na China. Para a Comissão Chilena do Cobre (Cochilco), o resultado é cautelosamente otimista.
Os preços devem ser negociados, em média, acima de US$ 2,50 a libra-peso neste ano, disse Marco Riveros, que comanda a agência estatal. A média tem ficado pouco abaixo desse nível desde janeiro.
Com a demanda apoiada pela recuperação na Europa e pela proposta para o setor de infraestrutura do presidente Donald Trump, há incentivo para que minas chilenas continuem operando com níveis próximos da capacidade, disse Riveros em entrevista na terça-feira.
O país produziu 5,8 milhões de toneladas de cobre no ano passado, e as interrupções causadas pela Covid-19 podem reduzir a produção entre 75 mil toneladas e 400 mil toneladas, informou a agência. Em algum ponto no meio dessa faixa, cerca de 200 mil toneladas, seria uma expectativa razoável, disse.
Muitas variáveis dificultam previsões precisas de curto prazo. Empresas estão constantemente reformulando planos de mineração na busca de ganhos de produtividade, enquanto operam com força de trabalho reduzida.
Mas, com o aumento do número de casos de Covid entre trabalhadores, sindicatos pedem limites às operações.
Embora a saúde deva ser prioridade e algumas minas possam ter dificuldade em manter a produção, a visão da Cochilco é que o setor seja visto com otimismo, disse Riveros.
“Particularmente no Chile, a mineração sempre teve capacidade de impulsionar o desenvolvimento econômico e, neste caso, a recuperação econômica daqui para frente”, afirmou.
Na tentativa de aliviar tensões trabalhistas e manter as minas em funcionamento, o governo estuda maneiras de melhorar a transparência no combate à Covid-19.
O ministro de Mineração do Chile, Baldo Prokurica, estuda dados de infecção de autoridades de saúde, e não apenas informações fornecidas por empresas.
O governo também pode divulgar resultados das auditorias sobre como as minas estão cumprindo protocolos de combate ao vírus, disse em entrevista na segunda-feira.
Em contraste com o vizinho Peru, o Chile optou por manter as atividades de mineração em meio à pandemia, implementando medidas de segurança e afastando funcionários não essenciais sem sacrificar muito a produção.
Para Prokurica, é um ato de equilíbrio para garantir a saúde de trabalhadores e a necessária receita de exportação.
Prokurica disse que o setor tem adotado medidas extraordinárias para proteger funcionários, incluindo testes, distanciamento e desmobilização de cerca de metade da força de trabalho total.
Embora as infecções tenham aumentado no país, o setor de mineração se saiu melhor do que outros segmentos, com apenas 0,5% da força de trabalho atingida pelo coronavírus, disse.
“Não há normalidade no setor de cobre no momento”, disse Prokurica. “Estamos na fase mais difícil da pandemia no Chile.”