Chile pode liberar vacina da AstraZeneca “dias após aprovação de EUA e Reino Unido”
A AstraZeneca apresentou dados a agências regulatórias do Chile para pedir a distribuição emergencial de sua vacina contra Covid-19 no país, e pode receber uma liberação “semanas ou até dias” após uma aprovação de agências regulatórias dos Estados Unidos e do Reino Unido, disse o responsável do governo para as aquisições da vacina à Reuters.
A empresa britânica vem realizando testes de estágio avançado de sua vacina, desenvolvida com a Universidade de Oxford, no Chile, no Brasil, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na África do Sul.
O Chile assinou um acordo para comprar 14,4 milhões de doses do remédio, uma quantidade que vacinaria metade deste número de pessoas, ou cerca de 40% da população do país.
O Chile já é um dos mais bem posicionados da região no tocante a acordos de vacina, tendo um contrato de 10 milhões de doses da Pfizer BioNtech, 60 milhões de doses da chinesa Sinovac ao longo de três anos e 7,6 milhões de doses através do esquema de distribuição global de vacinas Covax.
Rodrigo Yáñez, vice-ministro do Comércio chileno a cargo de negociar os suprimentos de vacina do país, disse em uma entrevista concedida na segunda-feira que a AstraZeneca já encaminhou sua documentação ao Instituto de Saúde Pública do Chile (ISP) para solicitar o uso emergencial abrangente da vacina.
Ele disse que a empresa pode utilizar a aprovação de agências regulatórias de saúde estrangeiras de confiança para acelerar a aprovação local.
A Pfizer Inc e a BioNTech usaram uma aprovação semelhante da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) para sua vacina para obter o aval de agências regulatórias chilenas cinco dias mais tarde, fazendo do Chile o primeiro país sul-americano a começar a vacinar sua população na semana passada.
“Se a agência regulatória do Reino Unido, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ou a FDA aprovar, o que provavelmente será entre janeiro e fevereiro, a aprovação de uso no Chile pode vir em semanas ou até dias”, disse Yáñez.
O ISP disse à Reuters que a AstraZeneca ainda não fez um pedido de aprovação formal.
“O que tivemos foram reuniões de lobby com o material de apoio apresentado, e uma cooperação fluida para seguir adiante com a análise dos documentos”, disse seu diretor, Heriberto Garcia, acrescentando que a aprovação regulatória do Reino Unido, seu mercado doméstico, seria essencial.
Um porta-voz da AstraZeneca não quis comentar.