Chile bate 1 milhão de casos de Covid-19 e fecha fronteiras
O Chile fechou suas fronteiras e intensificou ainda mais as medidas restritivas nesta quinta-feira para desacelerar a propagação do coronavírus e assim conter o influxo das novas e contagiosas variantes, enquanto o número de casos de Covid-19 passou de 1 milhão, apesar de uma das taxas mais rápidas de vacinação no mundo.
A medida dramática acontece enquanto os hospitais alertam para a proximidade de saturação, com vítimas mais jovens e de meia-idade, após uma alta de casos nas últimas semanas.
O Chile firmou acordos antecipadamente com fabricantes de vacinas como a Pfizer e a Sinovac, e já vacinou mais de 35% de sua população, ocupando a terceira posição na lista de imunizações per capita no mundo, de acordo com uma contagem da Reuters.
Mas uma segunda onda da pandemia atingiu o país antes que ele atingisse a meta da imunidade de rebanho, prevista para julho.
Na quinta-feira, o país reportou 7.830 novos casos do vírus, a maior marca em um só dia, atingindo um total de 1.003.406 infecções desde o início da pandemia em março de 2020.
O total de casos levou o Chile a adiar as eleições que aconteceriam no dia 11 de abril e resultou em acusações de especialistas sanitários de que o governo permitiu que o triunfo de seu programa de vacinação contaminasse a mensagem oficial, fazendo com que a população baixasse a guarda – uma alegação rejeitada de forma enfurecida pelo ministro da Saúde, Enrique Paris.
As restrições de movimento foram rapidamente aumentadas, e mais de 80% do país de 19 milhões de pessoas está agora em lockdown para diminuir a pressão nas unidades de tratamento intensivo, que já estão próximas do colapso.
Na quinta-feira, autoridades anunciaram o fechamento da fronteira do país sul-americano por um mês a partir de segunda-feira, tanto para chilenos quanto para moradores estrangeiros, com exceções apenas em caso de emergências. Nenhum turista estrangeiro poderá entrar no país.
As autoridades também intensificaram as limitações de movimento dentro do Chile, proibindo a compra e a entrega de produtos não essenciais como brinquedos, roupas ou eletrônicos, reduzindo as permissões de circulação a um pequeno grupo de trabalhadores essenciais: principalmente profissionais de saúde e funcionários de supermercados – e restringindo as autorizações para que pessoas saiam de suas casas.
O porta-voz do governo Jaime Bellolio implorou para que todos os chilenos levem as regras a sério.
“É agora que podemos salvar vidas, que precisamos tomar um cuidado extremo”, disse. “Essa é uma missão nacional, cada um de nós tem um dever com o nosso grupo familiar e àqueles próximos de nós para ressaltar a urgência de sermos responsáveis agora, hoje. Amanhã pode ser tarde demais.”