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Chegou o dia! Dólar derrete 2% e fura os R$ 5,00, menor nível em oito meses

02 fev 2023, 11:09 - atualizado em 02 fev 2023, 11:09
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Dólar rompeu o suporte técnico de R$ 5,00 e opera nas mínimas em oito meses após decisões de BCs (Imagem: Unsplash/regularguy.eth)

O dólar à vista finalmente rompeu o nível de R$ 5,00 frente ao real e opera abaixo da marca pela primeira vez desde junho de 2022.

A moeda norte-americana, que opera em queda desde a abertura dos negócios nesta quinta-feira (02), acelerou as perdas ainda nas primeiras horas e rompeu o tão esperado patamar de R$ 5,00.

Por volta das 11h (de Brasília), o dólar recuava 1,5%, negociado a R$ 4,97 para venda. O contrato futuro com vencimento em março caía na mesma magnitude, a R$ 4,99. Lá fora, o Dollar Index (DXY) segue mostrando o enfraquecimento da divisa americana ante seus principais pares e oscilava na estabilidade, aos 101,2 pontos.

Na sessão, o real é a moeda de melhor desempenho entre as principais divisas emergentes.

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Dólar responde aos Bancos Centrais

A moeda recua com intensidade, respondendo às decisões de Bancos Centrais ontem. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa entre 4,50% e 4,75%.

Para o economista da Ativa Investimentos, André Coelho, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, deixou o sentimento de que a autoridade monetária está mais preocupada em sinalizar a manutenção do juro do que em promover novas elevações. A casa de análises acredita em mais uma alta de 0,25 p.p. na reunião de março.

Gringo segue ávido por Brasil

Para o operador de derivativos de uma corretora nacional, o movimento do dólar no mercado local vai na contramão do recado mais duro dado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ontem.

Com isso, segundo ele, o investidor estrangeiro relega a sinalização do Banco Central brasileiro de que a taxa Selic deve seguir alta por, possivelmente, um tempo mais prolongado, e mantém o apetite elevado por risco no Brasil.

Apetite iniciado em meados de janeiro. Tanto que o investidor estrangeiro alocou R$ 12,5 bilhões em ações listadas na Bolsa brasileira no mês passado.

O planejador financeiro pela Planejar, Bruno Mori, acrescenta que a “ideia de que os juros não vão cair tão cedo ganham cada vez mais força e evidência prática”. Diante disso, “o fluxo para o mercado local tende a aumentar cada vez mais”, reforçando o espaço entre os patamares de juros no Brasil e nos Estados Unidos, o chamado “carry trade”.

*Com Reuters