Chegou a última sessão do semestre: Entenda o efeito do “Dia de enfeitar a noiva”
Por Marink Martins, do MyVOL e autor da newsletter Grupo do 1%
Em um passado distante – no último dia útil do primeiro semestre de 1997 – a área de gestão de recursos de um famoso banco de investimento dos anos 90, fez com que o preço das ações da empresa CELESC disparasse na última hora de pregão de 48c para 64c. Tal valorização certamente contribuiu para um bônus mais gordo para os atuantes da divisão.
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Era um período que traz semelhanças ao momento atual vivido no Brasil. Na ocasião, as estrelas da bolsa eram as ações do setor elétrico brasileiro que se valorizavam na expectativa de privatizações.
O Banco estava abarrotado de ações da CELESC. O principal gestor da equipe recebeu um bônus naquele semestre de R$500k que na época era o suficiente para comprar um apartamento de 3 quartos no Alto-Leblon, área nobre do Rio; e foi isso mesmo que ele fez!
Infelizmente para o banco, em agosto daquele mesmo ano – um mês após a famosa “puxada” — o preço das ações da empresa catarinense já estava próximo a 30c!
Era um ano em que o Brasil estava marcado para decolar! Contudo, ninguém por aqui esperava pelo evento que ficou conhecido como a Crise Asiática!
Com o benefício de hoje ter a história ao meu lado, posso narrar que a transferência do controle da ilha de Hong Kong, da Inglaterra para a China, provocou uma enorme aversão a risco na Ásia. Para evitar a fuga de recursos, o governo tailandês promoveu uma desvalorização em sua moeda que deu o “start” a pressões cambiais por todo o mundo. Era uma época em muitos países ainda mantinham um câmbio fixo, atrelado ao valor do dólar americano.
Curiosamente, a onda de aversão a risco só chegou ao Brasil após o feriado paulistano do dia 9 de julho. Foi um banho de sangue. Ninguém sabia direito aonde ficava a Malásia, a Indonésia… imagine então o que sabiam a respeito de suas respectivas moedas!!!
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Não pretendo aqui assustar o assinante MyVOL. Mas sim, promover um estado de alerta condizente com um período vulnerável a possíveis saltos de volatilidade nos mercados globais.