Comprar ou vender?

Chegou a hora de dar uma segunda chance aos bancos

28 ago 2021, 10:51 - atualizado em 28 ago 2021, 10:53
Banco do Brasil
No período, o lucro líquido superou as estimativas do Bradesco BBI e o consenso da Bloomberg em 3% e 6%, respectivamente (Imagem: Agência Brasil)

Os bancões sofreram grande baque na pandemia da Covid-19. Com o aumento de provisões para pagamentos duvidosos, uma blindagem para evitar calotes, os lucros do setor caíram inevitavelmente. E juntos com eles, as ações. 

Até o momento, somente o Santander (SANB11) conseguiu recuperar os preços pré-pandemia. Itaú (ITUB4) está 9% abaixo e Bradesco (BBDC4) 13%. Já o Banco do Brasil (BBAS3) ainda sofre com o ceticismo do mercado devido às intervenções políticas na companhia.

Mas se está meio desconfiado com o potencial do setor daqui para frente, é melhor mudar de ideia. A Ágora Investimentos elevou as projeções para os bancos após os resultados do segundo trimestre. 

No período, o lucro líquido superou as estimativas do Bradesco BBI e o consenso da Bloomberg em 3% e 6%, respectivamente, com crescimento de 3% no trimestre. Além disso, a corretora tem boas perspectivavas para os próximos semestres.

A Ágora também elevou o preço-alvo e as projeções para Santander, Itaú e Banrisul (BRSR6), como o lucro em 2021.

Veja no quadro a seguir: 

Banco Lucro (antes) Lucro (depois) Preço-alvo (antes) Preço-alvo (depois) Potencial
Santander R$ 15,5 bi R$ 16,9 bi R$ 47 R$ 48 15%
Itaú R$ 25,9 bi R$ 26 bi R$ 38 R$ 39 26%
Banrisul R$ 1 bi R$ 1.084 R$ 15 R$ 16 29%

Dentro desse universo, os favoritos da Ágora são Itaú e ABC Brasil (ABCB4), dado melhores relações risco-retorno e avaliações atraentes com preço sobre lucro para 2022 de 8,2x (excluindo XP) e 5,6x, respectivamente, contra 9,3x do Santander, 4,3x para o Banco do Brasil e 4,4x para o Banrisul.

Banco estatais ou bancos privados?

Os analistas Gustavo Schroden e Maria Clara Negrão, que assinam o relatório, também destacam que os pares privados registraram crescimento dos lucros de 3,6% no trimestre, em comparação com 2,2% no trimestre para os bancos públicos, enquanto o setor teve média de 3,1%.

Segundo a dupla, essa diferença se deve a três fatores:

  • à forte margem financeira com clientes, impulsionada por um melhor mix de portfólio;
  • maiores receitas de tarifas, devido ao aumento das receitas de administração de cartões e fundos;
  • menores provisões em relação às estatais

E o que esperar daqui para frente?

Na visão dos especialistas, os bancos devem continuar a ter crescimento em 2021, aproveitando-se de uma aceleração da mudança do mix de portfólio para pessoas físicas e pequenas e médias empresas.

“Mantemos nossa visão positiva para o segundo semestre, esperando uma aceleração mais rápida para o crédito às pessoas físicas e jurídicas, o que deve se traduzir em melhor qualidade dos resultados”, completam.

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