Comprar ou vender?

Chegada de Petro na Colômbia atrapalha Pão de Açúcar (PCAR4), diz JPMorgan

25 jul 2022, 20:23 - atualizado em 25 jul 2022, 20:23
gpa dividendos
No Brasil, a situação não é menos fácil, já que o país vive situação econômica difícil e inflação galopante (Imagem: REUTERS/ Nacho Doce)

O JPMorgan rebaixou a recomendação para o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 37 para R$ 21.

Com isso, o papel da companhia despencou 7% na sessão desta segunda-feira (25).

Os analistas do banco citam dois aspectos para sustentar a recomendação:

  1. a instalação do novo governo na Colômbia, que pode atrasar uma potencial monetização de Exito, o elemento central da recomendação anterior de excesso de peso;
  2. a reviravolta no varejo alimentar brasileiro, que é desafiador e deve levar tempo para dar frutos relevantes;

A rede Exito é a maior empresa de varejo da América do Sul e a maior rede de alimentos da Colômbia, com 2 606 lojas.

O presidente da ColômbiaGustavo Petro, é economista de 62 anos que será o primeiro líder de esquerda do país.

Investidores tentam estimar quão radical um governo liderado por Petro será quando ele tomar posse como presidente em agosto.

Alguns de seus planos serão relativamente simples de implementar, como demitir a direção da petrolífera estatal colombiana.

Outras propostas, como taxar proprietários de terras ricos e declarar estado de emergência econômica, serão restringidas por instituições poderosas como o congresso e o tribunal constitucional do país.

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Problemas no Brasil

No Brasil, a situação não é menos fácil, já que o país vive situação econômica difícil e inflação galopante. Segundo o JPMorgan, a alta dos preços beneficia o modelo de atacadão.

“Revisitamos nossa análise de densidade de vendas do setor com dados para 2021 que mostram que as operações de atacadão foram vencedoras do setor”, diz.

Os analistas ainda lembram que o GPA está em turnaround (recuperação) há muitos anos e, após o descarte dos hipermercados, todos os ovos foram colocados em uma só cesta, a bandeira premium Pão de Açúcar.

“E, embora nossos números incorporem uma execução e expansão aprimoradas, sinalizamos que os supermercados continuam sendo prejudicados pela troca por atacadão, especialmente em meio à alta inflação, enquanto o GPA lutou para reverter ou expandir a bandeira no passado recente”, coloca.

Eles dizem também que o online neste momento é um risco maior para as operações premium e que em meio à
baixa visibilidade da potencial monetização da Êxito, mesmo que parcial, “acreditamos que todos os olhos devem estar nos resultados no Brasil enquanto um desconto de participação deve ser aplicado à participação na rede colombiana”.

Entre Pão de Açúcar e Carrefour (CRFB3), o JPMorgan diz que as operações de varejo de CRFB tiveram desempenho inferior, mas ambos cruzaram bem abaixo da inflação de alimentos, apesar da área não crescer, provavelmente ressaltando alguma perda de tráfego e comércio em meio à pressão da renda disponível.

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