Chefe de direitos humanos da ONU está “determinado” a acompanhar preocupações sobre Xinjiang
O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, disse nesta sexta-feira que quer dialogar com Pequim sobre as conclusões de um relatório divulgado por sua antecessora que dizia que o tratamento dado pela China aos uigures e outros muçulmanos na região de Xinjiang pode constituir crimes contra humanidade.
Lidar com o histórico de direitos humanos da China, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, é um dos mais espinhosos entre dezenas de desafios de direitos humanos enfrentados pelo novo alto comissário desde que assumiu o cargo em outubro.
Pequim pressionou a antecessora de Turk, Michelle Bachelet, a não publicar o relatório, revelou a Reuters, e ela só o fez nos minutos finais de seu mandato.
“O relatório divulgado em 31 de agosto é muito importante e destacou preocupações muito sérias com os direitos humanos”, disse Turk em uma coletiva de imprensa em Genebra em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto desde que assumiu o cargo.
“Vou continuar a me envolver pessoalmente com as autoridades (chinesas). Estou muito determinado a fazê-lo”, afirmou ele.
A China, que nega as acusações sobre Xinjiang, indicou anteriormente que fecharia a porta para a cooperação com o escritório de direitos humanos da ONU após a divulgação do relatório.
Um esforço liderado pelo Ocidente para lançar um debate sobre o relatório de Xinjiang no Conselho de Direitos Humanos fracassou em outubro em meio à forte pressão da China contra ele.