ChatGPT pode roubar o seu emprego? Veja quais áreas estão em risco
Inteligências artificiais como ChatGPT podem representar uma séria ameaça para quem queira seguir na carreira de marketing ou design, segundo estudo da Sortlist, plataforma agregadora de empresas e prestadores de serviços em marketing, design publicitário e desenvolvimento web.
A pesquisa mostra que 41% dos empregadores esperam que o ChatGPT dobre sua produtividade nos departamentos de marketing e relações públicas, e também o usariam para escrever textos de marketing como Branded contents ou Copy.
O estudo foi realizado entre 27 de dezembro de 2022 e 9 de janeiro de 2023, entre 500 usuários em 6 países: Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Espanha, Holanda e França.
Não à toa, a tecnologia utiliza a fácil conversação com um ser humano e aprendizagem para entregar de forma customizada, conforme a vontade do cliente.
Um exemplo assustador é a plataforma da empresa Runaway Research, que mescla edição de vídeo, chatbot de linguagem generativa como ChatGPT e gerador de imagens como MidJourney para criar edições de vídeos baseadas em IA.
A plataforma pode customizar um vídeo a partir de um comando complexo do usuário, e gerar imagens por meio de dados inseridos na plataforma como fotos ou vídeos.
O fato do ChatGPT ter sido capaz de passar em testes como de medicina nos Estados Unidos, e até mesmo a prova final de um MBA de Wharton, preocupa outros setores.
Em entrevista ao Money Times, Arthur Igreja, especialista em tecnologia e IA, a extinção de trabalhos ocasionado pela inteligência artificial pode acontecer em qualquer área.
“É difícil estabelecer que o impacto seja na área X ou Y. Não acredito também que profissões se extinguem, mas, sim, passam por processos evolutivos ao longo do tempo”, diz.
O especialista comenta que não seria possível decretar o fim de determinada profissão através de IA, mas sim uma evolução do setor.
“Eventualmente, se uma profissão de fato deixar de existir é porque ela é incrivelmente repetitiva e fácil de ser endereçada por tecnologia”, diz.
Se não pode vencê-la, junte-se a ela
Igreja diz acreditar que a inteligência artificial pode otimizar diversas tarefas no âmbito de ferramentas e, principalmente, nas etapas iniciais.
“Na minha visão, todas as ferramentas que estão sendo lançadas e sendo muito utilizadas como ChatGPT, Midjourney, DALL-E 2 e outras, são o pacote Office dos novos tempos. A IA já otimiza absurdamente inúmeras atividades”, diz.
O especialista comenta como exemplo ferramentas por IA reconhecem ruídos em vídeos e automaticamente retiram na edição.
“Neste trabalho mais braçal, a IA pode ajudar demais também a buscar referências. Ajuda muito até no próprio processo criativo, apesar de alguns acharem que uma coisa vai contra a outra”, diz.
Quem concorda com Igreja são os nascidos na “geração Z”, conforme o estudo da Sortlist.
Foi observado pelo estudo que 58% dos jovens de 18 a 24 anos acreditam que o ChatGPT poderia no mínimo dobrar sua produtividade no atendimento ao cliente.
Além disso, 50% acreditam que o ChatGPT tornaria mais útil para escrever código e gerar cópias não comerciais.
Você pode perder seu emprego para inteligência artificial? Confira lista
Não são apenas as áreas criativas de marketing e design que estão em riscos devido à tecnologia de inteligência artificial.
Conforme o estudo, 23% dos funcionários que trabalham na indústria de software e tecnologia estão preocupados em perder o emprego por causa do ChatGPT.
Não obstante, 26% dos empregadores deste mesmo setor estão pensando em reduzir o número de funcionários e “contratar” a tecnologia.
O setor de finanças é o segundo maior em que os empregadores enxergam o ChatGPT como uma forma de reduzir o número de funcionários, segundo a pesquisa.
No entanto, os funcionários do setor financeiro não veem o ChatGPT como uma ameaça: somente 14% dos funcionários do setor financeiro têm esse medo.
Por outro lado, 22% de quem contrata, ou seja, os empregadores estão tentados em tentar diminuir o número de funcionários devido ao ChatGPT.
Arthur Igreja comenta que a tecnologia seria bastante útil, por exemplo, no caso da Americanas, onde envolve trabalhos de avaliação, auditoria e balanço. “A IA funciona muito bem com isso, identificando anomalias”, diz.
Em todos os setores, a geração do milênio está 43% mais preocupada com cortes de empregos em sua indústria.
No entanto, o número aumenta significativamente quando se trata de pessoas que trabalham em software e tecnologia.