ChatGPT não irá para a Bolsa tão cedo
Investidores do mercado aberto que sonham em capitalizar com a onda de ChatGPT levaram um balde de água fria.
Isso porque a OpenAI, criadora do Chat e apadrinhada pela Microsoft (MSFT:MSFT34), não pretende abrir o capital tão cedo. Quem disse foi o próprio presidente-executivo da empresa, Sam Altman, em uma conferência em Abu Dhabi.
Altman argumenta que o modelo de negócio da empresa, voltado ao desenvolvimento de superinteligências, pode levar à decisões que causariam estranheza aos investidores do mercado de capitais.
Assim, para evitar ser “processado pelo mercado público”, Altman disse não estar não interessado em um IPO.
Até aqui, a OpenAI arrecadou 10 bilhões de dólares da Microsoft com uma avaliação de quase 30 bilhões de dólares, à medida que investe mais na construção de capacidade de computação.
“Temos uma estrutura muito peculiar. Temos esse limite de lucro”, disse o executivo no evento.
A OpenAI começou como uma organização sem fins lucrativos, mas depois criou uma empresa híbrida de “lucro limitado”, que lhe permitiu levantar fundos externos com a promessa de que a operação original sem fins lucrativos ainda se beneficiaria.*
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O mundo pós-Chat GPT: o que vem por aí para o mercado das IAs generativas?
O impacto causado pelo sucesso do ChatGPT obrigou os grandes concorrentes da dona do Windows a se mexer.
Um deles foi o Google, que anunciou o Bard, a IA baseada na família de tecnologias LaMDA (modelos de linguagem neural dialógica, na sigla em inglês) da empresa.
Já o CEO da Amazon, Andy Jassy, disse que a empresa apresentará uma resposta estratégica rápida ao avanço da Microsoft no setor, ressaltando que a Amazon trabalha há anos em um produto parecido ao ChatGPT para a sua linha de produtos interativos – como é o caso da Alexa.
Tão importantes quanto foram os anúncios de duas das principais empresas da China. Alibaba (BABA;BABA34), gigantesca companhia de tecnologia e e-commerce da China, e Baidu (BIDU;BIDU34), principal mecanismo de pesquisa do país, também buscam suas versões de IAs generativas.
Na avaliação do Goldman, a quantidade de players postos a competir pela liderança do que está sendo considerada a nova fronteira do desenvolvimento tecnológico dificulta, ao menos nesse primeiro momento, uma dinâmica “o vencedor-leva-tudo”.
Isto posto, o favoritismo do momento é da própria Microsoft. O banco de investimentos entende que a empresa deverá alargar consideravelmente suas margens de lucro nos próximos anos a reboque dos pesados investimentos na área de IA, permitindo a acomodação dos crescentes custos relacionados ao segmento.
Na projeção do CEO da Microsoft, mais de 10% de todos os dados produzidos no mundo poderão ser gerados por uma IA nos próximos três anos: “é uma era dourada”. Para a empresa, isso representa uma potencial adição de US$ 7 bilhões em receita para a linha Azure.
*Com informações da Reuters