Chanceler Ernesto Araújo critica resposta da OMS à Covid
O ministro de Relações Exteriores criticou a resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) à pandemia de coronavírus e disse que as diretrizes da agência são confusas e enganosas.
“Houve recomendações em relação a lockdown, depois houve reconhecimento de que países em desenvolvimento precisam de medidas diferenciadas, e depois uma nova volta atrás”, disse Ernesto Araújo. “Essas idas e vindas, essa carência de base cientifica, ajudou a gerar pressão e direcionar medidas nacionais.”
Ao criticar a OMS, Araújo ecoou queixas semelhantes feitas pelos EUA. Embora tenha dito que o Brasil não tem planos de seguir os passos da maior economia do mundo e sair da OMS, o ministro afirmou que o órgão precisa urgentemente de reformas.
Conhecido crítico da globalização, Araújo lidera a guinada na política externa brasileira rumo a um alinhamento aos EUA desde que foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019.
O ministro afirmou que a condução da pandemia pela OMS é apenas mais um exemplo dos limites do multilateralismo. “Existe uma falácia que diz que problemas globais exigem soluções globais”, disse, argumentando que os países membros da OMS deveriam ter mais voz nas decisões.
O Brasil não quis participar de uma reunião regional na semana passada, na qual a China apresentou um plano para conceder empréstimo de US$ 1 bilhão para ajudar países latino-americanos a terem acesso à sua potencial vacina contra a Covid-19. Araújo disse que o Brasil prioriza o relacionamento bilateral com a China, em vez de discussões mais amplas.
Com 2,44 milhões de casos e cerca de 87.600 mortes, o Brasil é o país mais afetado pela crise de coronavírus na América Latina.