Internacional

Chanceler do Irã diz que tempo para EUA voltarem a acordo nuclear está acabando

15 mar 2021, 12:52 - atualizado em 15 mar 2021, 12:52
Mohammad Javad Zarif
Em declaração a entidade de estudos Centro Europeu de Políticas, Zarif repetiu a exigência já antiga de Teerã para que Washington primeiro volte a cumprir o pacto suspendendo sanções (Imagem: Ministério das Relações Exteriores da Rússa/Divulgação via REUTERS)

Os Estados Unidos deveriam agir rápido para ressuscitar o acordo nuclear do Irã, porque assim que o período da eleição presidencial iraniana começar é improvável que aconteça muita coisa até o final do ano, disse o ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, nesta segunda-feira.

Em declaração a entidade de estudos Centro Europeu de Políticas, Zarif repetiu a exigência já antiga de Teerã para que Washington primeiro volte a cumprir o pacto suspendendo sanções.

O ex-presidente norte-americano Donald Trump abandonou o acordo conhecido como JCPOA, segundo o qual o Irã aceita limites ao seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções – mas Washington reativou sanções desde então, e Teerã reagiu violando algumas das condições do pacto.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pretende retomar o acordo, mas Teerã e Washington querem que o outro lado seja o primeiro a voltar a cumpri-lo.

“Os europeus estão acostumados a fazer concessões. O Irã e os Estados Unidos não estão. Os americanos estão acostumados a se impor, e nós estamos acostumados a resistir”, disse Zarif. “Então agora é hora de decidir: vamos ambos fazer concessões e voltar ao JCPOA, ou voltaremos aos nossos caminhos?”

Zarif disse que não viu mudanças entre o governo Biden e a política de pressão máxima do governo Trump para forçar o Irã a voltar à mesa de negociação, e que não vê razão para realizar conversas preliminares porque os EUA estão fazendo exigências “irrelevantes”.

“Existe um limite de tempo, assim que formos à nossa eleição é um governo sem função que não será capaz de fazer nada sério, e depois teremos um período de espera de quase seis meses”, disse ele, referindo-se à eleição presidencial marcada para 18 de junho.

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